A tentativa de colocar em pauta os pareceres sobre as contas 2010 do ex-prefeito João Henrique Carneiro foi frustrada por uma manobra regimental de Geraldo Jr. (PTN), na tarde desta quarta-feira, 3, na Câmara de Salvador.
No início da sessão havia pelo menos 33 edis presentes em plenário, mas quando começou a ser encaminhada a apreciação do requerimento de Fabíola Mansur (PSB) e Edivaldo Brito (PTB), pedindo preferência para a matéria, Geraldinho pediu verificação de quórum nominal, dando tempo para os seus liderados e outros colegas se ausentarem, ficando a reunião com apenas 26 vereadores, três a menos que o necessário para votar a solicitação.
A partir daí, os projetos relacionados na ordem do dia foram de novo para a prateleira da espera e começaram os pronunciamentos dos edis inscritos.
Em meio a uma “comunicação inadiável” Edivaldo reclamou da forma, a seu ver injusta, como foi retratado por um veículo de comunicação da cidade. Segundo ele, o noticiário o colocou como um dos responsáveis pelos entraves para a votação das contas de JH. “Justo eu, que assinei o requerimento de preferência, estou sempre aqui para as sessões e várias vezes manifestei meu desejo que a matéria seja examinadas?”, queixou-se.
Arnando Lessa (PT) continua desconfiado das intenções do chamado grupo independente, tendo à frente o PTN. Em sua opinião, o acordo firmado no Colégio de Líderes, para apreciar os pareceres sobre as contas do ex-alcaide, não será cumprido: “Eles vão fazer o mesmo que hoje – pedir verificação nominal e esvaziar o plenário”. Para o petista, os edis ligados a João querem ganhar tempo para obter a liminar judicial suspendendo a análise do assunto pela CMS.
Samu urgente
Próximo ao final do expediente Fabíola, Joceval Rodrigues (PPS), Tiago Correia (PTN), Ana Rita Tavares (PV) e J. Carlos Filho (PT) foram ao Palácio Tomé de Sousa para um encontro com o chefe da Casa Civil, João Roma.
O objetivo foi intermediar uma solução para os médicos do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), cuja situação foi exposta por eles mesmos na última segunda-feira, 1º. Os funcionários reclamam dos baixos salários e de suas precárias condições de trabalho, pois os 73 profissionais estão sobrecarregados de tarefas diante da carência de pelo menos 140 médicos na área.
De acordo com Fabíola, autora do pedido da reunião com as autoridades municipais, os profissionais decidiram paralisar por 24 horas, a partir de amanhã, com indicativo de greve geral, caso a questão não seja resolvida.
Artes em debate
Na manhã desta quarta-feira, 3, profissionais do teatro e do grafite participaram de uma reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Na atividade, dirigida pelo presidente do colegiado, Sílvio Humberto (PSB), os artistas falaram das experiências individuais e coletivas e frisaram as dificuldades para suas atividades em Salvador.
Integrante do colegiado Ana Rita, condenou os maus tratos aos animais dos circos, pedindo mais fiscalização dos poderes públicos: “Eu luto por um circo sem animais e humanizado”. Para Ana Barbuda, juíza da Corregedoria-geral do Estado da Bahia, faz-se necessário a implantação de uma política que valoriza as artes e evite a escravização dos animais.
A reunião discutiu, além das situações desumanas dos animais no circo e a arte teatral como um todo, o trabalho dos grafiteiros de Salvador. Segundo Zezé Olukemi, grafiteiro e militante do movimento hip-hop de Salvador, o grafite remete, erroneamente, do ponto de vista social, a uma condição marginalizada. “O grafite, enquanto arte, aproxima pessoas em diversas linguagens visuais”, considerou.
A Comissão de Educação visitará algumas escolas municipais da capital baiana a partir da próxima semana. “Esse trabalho de análise educacional começará pelo Subúrbio”, adiantou Sílvio Humberto.