Veja comentário e dê sua opinião. A disputa interna no PT faz com que, todos conversem entre sí, mas, há divergências entre os grupos, pelo menos até a escolha. Depois, há unidade.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
27/03/2013 às 09:21
Rui Costa é do segmento Reencantar e preferido do governador Wagner
Foto: DIV
A Executiva do PT da Bahia relacionou 4 nomes de seus quadros (Luiz Caetano, Rui Costa, Sérgio Gabrielli e Walter Pinheiro) para escolher um deles como candidato a governador 2014, na sucessão de Wagner.
Cada um desses nomes integra uma tendência política e ideológica dentro do PT, mas, isso não tem impedido que as lideranças conversem entre sí, ainda sem estabelecer um consenso, a prática mais almejada pelo presidente regional do partido, Jonas Paulo.
Consenso no PT é muito difícil, ainda que não impossível. Em 2008, por exemplo, o partido foi à última instância na escolha entre Walter Pinheiro x Nelson Pelegrino para ver qual dos dois seria o candidato a prefeito da capital. Pinheiro ganhou, chegou atrasado na disputa e pagou um preço caro. Em 2012, houve consenso em torno do nome de Pelegrino, sem vitória final para prefeito, mas todas as correntes do PT atuaram desde cedo em torno desse nome.
Agora, para governador, o que o partido espera é exatamente isso: o consenso. Porém, está difícil em primeira instância. Claro: escolhido o nome, aí todas as correntes se unem em torno do candidato e ele passa a ser do time de Dilma/Lula/Wagner.
Luiz Caetano, ex-prefeito de Camaçari e ex-presidente da UPB está relacionado como independente; Rui Costa, deputado federal e atual chefe da Casa Civil, integra a corrente Reencantar (grupo local) e tem a simpatia do governador Wagner; Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras e atual secretário do Planejamento, faz parte da corrente Construindo um Novo Brasil, grupo nacional, e tem a simpatia do ex-presidente Lula; e o senador Walter Pinheiro integra a Democracia Socialista, a DS.
É difícil saber quem tem mais densidade eleitoral entre os eleitores do partido nos diretórios, pessoas que vão eleger o candidato no voto direto. Segmentos asseguram a ordem dando conta em primeiro Rui Costa, seguido de Walter Pinheiro, Sérgio Gabrielli e Luiz Caetano; e outros segmentos, colocam em primeiro Walter Pinheiro, seguido de Rui, Gabrielli e Luiz Caetano. Nunca se sabe, salvo se houver o PED - Processo de Eleição Direta - com voto na urna, como aconteceu entre Pinheiro x Pelegrino.
Afinal, como se movem essas politicas dentro do PT?
Luiz Caetano sequer fora relacionado pelo governador Wagner como pré-candidato. O PT o colocou e diz-se que, além da sua esposa deputada estadual Luiza Maia, contaria com o apoio dos deputados federais Nelson Pelegrino, Josias Gomes e Walmir Assunção.
Acontece que Josias Gomes e a deputada Fátima Nunes estariam relacionadas na corrente Construindo o Novo Brasil do A ligados a Rui. E Walmir Assunção está mais para Rui Costa.
Rui Costa, ao que se diz na Assembleia, é o candidato preferido do governador Wagner. E, salvo melhor juizo, ainda que Wagner diga que "todos são seus pré-candidatos", ao colocar Rui na sua Casa Civil para pilotar as obras do PAC 2 e o programa da seca, Rui tem muita simpatia do governador. Isso desde quando atuavam no Sindiquimica, Wagner à frente de Rui, politicamente, mas, muito amigos. Essa "preferência" estaria, ainda, causando uma ciumeira enorme entre os outros nomes.
Com Rui estaria o chamado "Núcleo Duro" político do governo: deputados federais Waldenor Pereira, Josias Gomes, Walmir Assunção e os deputados estaduais Zé Neto, J. Carlos, Joseildo Ramos, Carlos Brasileiro, José Raimundo, Paulo Rangel, Neusa Cadore.
José Sérgio Gabrielli teria a simpatia maior de Lula (Construindo Novo Brasil) na Bahia dividido em A e B. Tendências internas dos deputados Luis Alberto (Coletivo 2 de Julho), Geraldo Simões e Zezéu Ribeiro (Construindo do B) e os estaduais Rosemberg Pinto, Marcelino Galo e Maria Del Carmen estariam com Gabrielli.
O senador Walter Pinheiro integra a Democracia Socialista que tem 2 deputados federais: Afonso Florence e Amauri Teixeira e pretende lançar Robison Almeida (secretário de Comunicação), Zé das Virgens (ex-prefeito de Irecê) e Yulo Oticica (deputado estadual) e ainda conta com o deputado Bira Corôa. Nos bastidores do PT diz-se que Pinheiro não tem nem a simpatia de Wagner; nem de Lula. A tese é a seguinte: se Pinheiro chegar a ser governador, Wagner perderia a condição de lider no estado.
* Em tempo: Está análise está restrita a densidade eleitoral dentro do PT para a escolha do candidato e não sobre a densidade eleitoral junto aos eleitores do estado, de uma forma geral. Aí são outros quinhentos. O PT Nacional tem um projeto (Dilma/Lula) e analisa outras hipóteses para um candidato da base governista desde que ajude à reeleição de Dilma Por exemplo: no Rio, onde o governador é do PMDB aliado, o PT apoia Pezão, o vice de Cabral; e o senador Lindenbergh (PT) luta para ser candidato a governador.
Nos casos da Bahia, Sergipe, DF e Rio Grande do Sul onde o PT tem governadores no poder, óbvio que esses governadores têm um grande peso. Natural, pois, sem considerar a densidade eleitoral mais ampla, deverão fazer candidatos do PT, ainda que possa sair mais de um candidato da base governista. Isso aliás, aconteceu na última eleição com Wagner e Geddel.
Poucos acreditam que o PT decida por esta candidatura até agosto deste ano. Isso poderia implicar em desgaste para o governo Wagner, o qual está centrado na gestão administrativa. Admite-se, no entanto, que lá pra final de novembro pode sair o candidato. Entra-se, em 2014, com um nome na disputa já sacramentado por todas as correntes politicas do partido.
***As fotos dos pré-candidatos vão rotacionando a cada 24h pela ordem alfabética