Política

GABRIELLI admite para 2014 concorrência pública p/ ponte SSA-Itaparica

Deputada Maria Luiza Laudano, da base do governo, disse no plenário que a ponte é o sonho que precisa ser realizado
Tasso Franco , da redação em Salvador | 26/03/2013 às 16:36
Secretário Gabrielli compareceu a comissão de Infraestrutura da Assembleia, nesta terça
Foto: Moka
O Governo vai lançar, já no início de abril, edital de licitação pública para os projetos urbanístico, de impacto ambiental, e de engenharia da ponte Salvador-Itaparica. O anúncio foi feito ontem pelo secretário de Planejamento, Jose Sérgio Gabrielli, durante debate na Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa. Até o final do ano estes estudos já deverão estar concluídos, porque no começo de 2014 será lançada a concorrência para o projeto de construção e operação da ponte.

Segundo José Sérgio Gabrielli, a ponte vai ser mesmo construída e deve ser entendida como “projeto de desenvolvimento regional”, com forte impacto sobre o Recôncavo, o Baixo Sul e a Região Metropolitana de Salvador. A ponte Salvador-Itaparica vai atingir 21 municípios destas regiões, com impactos positivos e negativos. Minimizar as implicações negativas é ao que o Governo vai se dedicar durante todo este ano, adiantou o secretário.

A previsão do Governo é de que estas cidades sofram importantes modificações urbanas, inclusive com a chegada de 40 novos mil moradores num prazo de três décadas. Para analisar estes impactos o Governo firmou um pacto com as prefeituras para que os analisem em conjunto, incluindo-se os planos diretores urbanos de cada uma das 21 cidades. O zoneamento destes municípios e cuidados com a especulação imobiliária prevista para acontecer em função do projeto já são alvos de conversas entre o Governo e as prefeituras de Itaparica e Vera Cruz.

MOBILIDADE URBANA

Salvador deverá ser o município mais atingido com a construção da ponte, sobretudo o centro antigo, “ que poderá ter sua ocupação alterada”, assim como a mobilidade urbana. Este assunto já vem sendo analisado pela Prefeitura e Governo.Estão previstas, ainda , a construção de uma nova avenida – a 29 de março – e a duplicação das já existentes Orlando Gomes, Gal Costa e Pinto de Aguiar, como forma de evitar o agravamento da mobilidade urbana em Salvador. Outro impacto, desta vez para melhor, citado por Gabrielli , será o fortalecimento dos investimentos na Bahia de Todos os Santos e entorno, “ com a intensificação do fluxo de mercadoria e serviços”.

DESCRENÇA

Faz parte do projeto demonstrado ontem aos deputados a construção de um anel rodoviário em torno da Bahia de Todos os Santos, que inclui construção e duplicação de estradas e a integração de três rodovias federais. E como efeitos positivos, o secretário de planejamento citou também a redução do tempo de viagens em até 40% e o reforço da atividade econômica na contra-costa como consequências da ponte.

Os deputados presentes ontem à Comissão de Infraestrutura estiveram a favor e céticos em relação à construção da ponte Salvador-Itaparica, posição também manifestada pelos líderes. Zé Neto, do PT e líder da situação, elogiou com ênfase a proposta e se disse orgulhoso do seu Estado por ter um projeto tão ousado, e conclamou a se por fim “ à disputazinha política menor”. Fez mais um apelo: que governistas e oposição se superem e demonstrem a “ capacidade de ver o Estado em toda a sua dimensão”.

O discurso ocorreu depois que o líder da oposição, Carlos Gaban, do DEM, declarou-se cético com relação à execução do projeto de construção da ponte e de questionar o secretário Gabrielli sobre o porquê de não ter havido licitação internacional para a contratação da empresa de consultoria McKinsey. Gaban achou estranho, também, o fato de este debate sobre a construção da ponte Salvador-Itaparica ter sido resgatadado três anos depois de desparecer da pauta de ações governamental, para ressurgir às vésperas das eleições majoritárias do ano que vem.

As explicações de José Sérgio Gabrielli foram as de que o assunto sempre esteve em andamento nas esferas governamentais, e de que a McKinsey foi contratada sem licitação porque tem “competência reconhecida internacionalmente”, é “a melhor do mundo”, “tem comprovada experiência”, preço aprovado pela Procuradporia Geral do Estado e, “sem ela, nada seria realizado no prazo”.

A Associação Comercial da Bahia também tem críticas ao projeto. Em nota distrubuída ontem, Eduardo Atahyde, diretor da ACB e do Rotary RMS, disse que a bela Bahia de Todos os Santos “está em crise”. “Princípios da sustentabilidade de resultados revelam que, dentre todos, o custo da ignorância é o mais pesado”, disse, para lançar “uma nova proposta: aviões anfíbios partindo do Forte de São Marcelo ou da Ribeira, voando sobre a Bahia de Todos os Santos e pousando em Pedra do Cavalo, Feira de Santana. Vôos diários de 20 minutos de duração entre Feira e Salvador ficarão lotados” acredita.