Política

PROGRAMA Alfa e Beto volta a ser criticado em audiência na CMS

Para os educadores, o método é absurdo e está defasado
| 25/03/2013 às 20:58
Os professores reprovam o programa da Secrataria de Educação
Foto: Antonio Queirós

O Programa Alfa e Beto, adotado pela Secretaria Municipal de Educação para alfabetização, voltou a ser criticado na manhã desta segunda-feira, 25, na Câmara de Salvador. Os protestos aconteceram durante audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Casa, dirigida pelo vereador Sílvio Humberto (PSB).

Para os especialistas no assunto o modelo proposto pela secretaria está “defasado” e os R$ 14 milhões investidos poderiam ser aplicados em outras demandas, como a infraestrutura das escolas.

De acordo com Eliezer Cruz, chefe de gabinete da Secretaria de Educação, as escolas municipais têm até o próximo dia 28 para informar se adotarão ou não o programa. Sílvio Humberto sugeriu a prorrogação da data, atendendo aos apelos dos professores e educadores, que veem o Alfa e Beto como “retrocesso na educação de Salvador”.

Na opinião de Hilton Coelho (PSOL), integrante do colegiado de Educação, “as concepções pedagógicas e administrativas que motivaram a comprar o Programa Alfa e Beto atacam interesses dos estudantes, educadores e da comunidade em geral”.

Absurdo

“O Plano Nacional do Livro Didático é melhor do que o Alfa e Beto. Estou chocada e ofendida. Eu quero saber quem aprovou este programa, um absurdo em pleno século XXI”, desabafou a professora Valquíria Machado, do Departamento de Educação, Campus I, da Universidade do Estado da Bahia.

Especialista em educação, o professor Walter Takemoto, da Universidade Federal da Bahia, relatou que o Alfa e Beto vem sendo discutido desde 2002 e em 2003 foi lançado por Antonio Carlos Magalhães no programa educacional do PFL. Em sua avaliação “é um absurdo a sua implantação”. Contestando o representante do executivo assinalou que o programa foi comprado antes da posse de ACM Neto.

Para Takemoto, “a escola de hoje é reflexo de décadas de descaso com a escola pública e o que querem implantar é a continuidade deste descaso”. Ele frisou que “a transformação na sala de aula passa pela transformação da relação do professor com o seu aluno”.

Participaram também dos debates Heber Santana (PSC), Ana Rita Tavares (PV), Everaldo Augusto (PCdoB) e Toinho Carolino (PTN) e dezenas de professores. Integraram a mesa de trabalho as educadoras Jacilene Silva e Dineia Nunes.