Política

DICA NO site da SSP gera protestos intensos na Câmara de Salvador

Governo Wagner foi alvo de muitas críticas no legislativo municipal
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 12/03/2013 às 20:07
Tinoco, Prates, Prisco e Joceval condenaram o post da SSP
Foto: LB

Repercutiu intensamente, também na Câmara de Salvador, as dicas postadas no site da Secretaria da Segurança Pública (SSP), recomendando, entre outras providências, “carregue um pouco de dinheiro (para satisfazer o ladrão), mas poucos cartões”.

Quem abriu a saraivada de críticas foi o líder do governo, Joceval Rodrigues (PPS), classificando a postagem como “uma chacota” e um desrespeito à sociedade. Para ele, mesmo o link sendo retirado, ainda na tarde desta terça-feira, 12, mostra “que nosso Estado está à deriva”.

Seguiram-se pronunciamentos como o de Soldado Prisco (PSDB), considerando a informação como um absurdo: “Agora o cidadão tem que pagar imposto para o ladrão; é o novo imposto criado pelo governo”. De acordo com o tucano, a publicação foi recebida entre os colegas da Polícia Militar de forma jocosa: “se o secretário diz uma coisa dessas, como não estão as coisas lá embaixo?”

Falência

Segundo o vice-líder Leo Prates (DEM) o episódio representa a falência da política de segurança estadual. “Não vamos nos contentar com a retirada do site; é preciso identificar e punir o culpado por isso”, cobrou.

O também democrata Claudio Tinoco acentuou as críticas, citando a Bahia como “o Estado onde os ladrões estão mais inovando”. Citou as invasões, por bandidos, de prédios residenciais e agora de repartições públicas, a exemplo do Detran e da Superintendência de Uso e Controle de Solo (Sucom).

A oposição, composta por partidários do governador Jaques Wagner, pouco pode fazer, reduzida que estava no plenário a Everaldo Augusto (PCdoB), Waldir Pires (PT) e Fabíola Mansur (PSB). Os outros integrantes da bancada estavam na Secretaria da Fazenda municipal, tentando entregar a convocação para o secretário Mauro Ricardo Costa comparecer à CMS.

Governo do gerúndio

Pedrinho Pepê (PMDB) levantou o assunto da mobilidade urbana e possibilitou mais condenações à administração estadual. Leo Prates cunhou a expressão “governo do gerúndio” para reclamar da gestão Wagner: “eles apenas dizem estamos fazendo, estamos executando, estamos planejando e não concluem nada”.

Relacionou obras como o parque aquático, ainda em obras dois anos e meio depois da demolição piscina da Fonte Nova; o projeto da ponte Salvador-Itaparica; e a demora de quatro anos para entregar a passarela de Avenida Paralela, em acesso ao estádio de Pituaçu.

Foi a vez do comunista Everaldo sair em defesa de JW, chamando Leo de ingrato, por não reconhecer o apoio dado pelo governador ao prefeito ACM Neto até agora. Para ele, as inaugurações feitas até agora pelo alcaide foram todas iniciadas pelo ex-prefeito João Henrique Carneiro e reclamou de Salvador ser a única grande capital a não possuir um hospital público municipal.

Ainda no capítulo mobilidade, Euvaldo Jorge (PP), presidente da Comissão de Transporte, anunciou a solicitação de audiência com o secretário municipal da área, José Carlos Aleluia, para discutir o decreto que disciplina a circulação de veículos de carga na cidade.

De acordo com o pepista, a determinação da prefeitura atualmente em vigor é fruto de uma negociação com o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, que aceitou renunciar à ação judicial movida contra o ato, em troca da flexibilização dos horários de proibição do tráfego de caminhões (para das 7 às 9 e das 17 às 20 horas).

Chá de cadeira

Silvio Humberto (PSB), Hilton Coelho (PSOL), Carlos Muniz (PTN), Aladilce Souza (PCdoB), Arnando Lessa, Suíca e Gilmar Santiago (os três do PT) não conseguiram ser recebidos pelo secretário Mauro Costa, quando foram levar o requerimento para seu comparecimento ao legislativo. Levaram um “chá de cadeira” de aproximadamente 40 minutos do sub-secretário, que terminou por indicar a coordenadora administrativa Janete Lima para atender a comissão de edis.

O primeiro secretário Lessa, porém, considerou o documento entregue e Costa notificado sobre o desejo da maioria dos membros da Mesa Diretora e da Comissão de Reparação em ouvir o executivo. Ele tem sete dias para comparecer presencialmente ou 30 dias para enviar respostas por escrito.