Política

SOB PROTESTOS! Dep pastor eleito presidente da C. de Direitos Humanos

A indicação de Feliciano é atribuída a uma articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), integrante da bancada evangélica, e a um acordo de bancadas da Casa
Folha SP , BSB | 07/03/2013 às 12:34
Deputado Marco Feliciano, no centro
Foto: FPress
O deputado Marco Feliciano foi eleito na manhã desta quinta-feira (7) presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara com 11 votos dos 18 possíveis. Com quórum de 12 votantes, apenas 1 deputado votou em branco.

Foi eleita também à vice-presidência da Casa a deputada Antônia Lúcia (PSC -AC), também integrante da bancada evangélica.

"Eu poderia fazer um milhão de insinuações mas não vou fazer. O trabalho que faremos aqui na comissão vai mostrar isso", disse Feliciano ao ser empossado. A sessão ainda não foi encerrada na Câmara.

Pouco mais de uma hora depois de iniciada a sessão, seu antecessor, deputado Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo e abandonou a reunião. Acompanharam o deputado representantes do PT e do PSOL.

Quem assumiu a comissão foi o deputado João Campos (PSDB-GO), líder da frente parlamentar evangélica, que pôs em votação, diante de uma bancada maioritariamente evangélica, a indicação do pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

"Graças a Deus, chegamos a bom termo. Agradeço a oportunidade de participar de uma ocasião de importância democrática", disse Campos.

A indicação de Feliciano é atribuída a uma articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), integrante da bancada evangélica, e a um acordo de bancadas da Casa --que decidiram dar ao partido dele a presidência da comissão.

De ontem para hoje, a bancada evangélica assegurou ao menos 12 vagas na comissão para eleger Feliciano. Além de PSDB, PMDB, PDT, PP e PSB indicaram representantes evangélicos para a reunião. Ele precisaria de ao menos 10 votos dos 18 possíveis.

Candidato único, Feliciano enfrenta a resistência de grupos de defesa de minorias -que o consideram "racista" e "homofóbico".

Em 2011, Feliciano declarou que os "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé". Depois, disse que foi mal compreendido: "Minha família tem matriz africana, não sou racista".

O pastor diz que não é homofóbico, mas afirma ser contra o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo.