Política

SINAL VERMELHO! Deputados da base assustados com aumento da violência

Os deputados governistas querem aprofundar os debates e saber o que está acontecendo; a oposição diz que falta investimentos e ação
Tasso Franco , da redação em Salvador | 07/03/2013 às 12:48
Deputado Rosemberg Pinto, PT, diz que debate está com foto alterado
Foto: DIV
   Convocar membros da imprensa, secretário de segurança pública da Bahia, movimentos sociais e representantes de institutos de pesquisas para uma audiência na Assembleia Legislativa. Essa é a intenção da deputada Luiza Maia (PT). A petista ficou chocada com o estudo do Ministério da Justiça que apontou o crescimento de homicídios no Estado,

    “Precisamos avaliar melhor os dados. Não dá para ficar falando as coisas como se a violência fosse culpa do governador Wagner, que tem investido tanto em segurança”.

    Luiza, ainda fez um alerta para que os programas populares revejam alguns conteúdos. “É importante abrir essa discussão. Não vejo muita necessidade de mostrar certas cenas violentas. É preciso incentivar mais a cultura e a educação.”

   Para o lider da oposição, deputado Elmar Nascimento, PR, o que tem faltado ao governo são investimentos e programas eficazes. Já havia comentado na tribuna da Assembleia no inicio desta semana que Salvador é uma das 50 cidades mais violentas do mundo e até cobrei do vice-presidente desta Casa, deputado Yulo Oiticica, que sempre falava em direitos humanos, para comentar na a CPI do Extermínio de pessoas, que acontece na Bahia.

   "Mas, ele está calado, nada diz", comentou Nascimento. 

   Para o deputado sgt Isidório, PSB, o governo trabalha muito no combate à violência, mas, está com foco errado em algumas situações e cita o caso dos drogados e de suas recuperações.

   No gancho dos debates, o líder do PT na Assembléia Legislativa da Bahia, Rosemberg Pinto salientou que o problema é bastante explorado como “um produto à venda”, mas que a verdadeira discussão é muito mais ampla e as soluções não devem se restringir apenas aquestão da força policial.

    O deputado lembrou que o problema é nacional e perpassa vários governos. “Não é um problema dessa década ou da década passada. Vem de muito tempo. Não vai ser resolvido apenas com o aumento da força policial e da repressão. Tem que se buscar a essência do problema e atacá-lo com medida ssociais e de educação, que é o que vem fazendo os governos federal e estadual”.

    Rosemberg criticou ainda a forma como o assunto “violência”  é explorado pela mídia. “É tratado como um produto, pois dá visibilidade. Essas pessoas não estão preocupadas com as verdadeiras causas e de como a violênciase transformou em uma indústria. O debate da paz não deve ser tão restrito comomuitas vezes é proposto”.

   SINAL VERMELHO

    Quatro municípios baianos voltam a figurar o ranking dos dez mais violentos do Brasil. Dados do Mapa da Violência 2013, divulgado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça. Na Região Metropolitana de Salvador, Simões Filho estampa o primeiro lugar no ranking dos municípios mais perigosos com mais de 20 mil habitantes, seguido de Lauro de Freitas, que aparece em terceiro, com 106,6 mortes, Porto Seguro, na sexta posição, com 91,4, e Eunápolis em oitavo lugar, com 87,4 homicídios.

    “A Bahia está no quarto lugar no ranking da violência. É essa estatística que eu quero que os deputados governistas se manisfestem contra essa situação. A pesquisa aponta, que no estado são 34,4 assassinatos por 100 mil habitantes. Na última pesquisa a Bahia estava em sétimo lugar, e agora está avançando, avançando de forma negativa”, lamentou o deputado estadual Carlos Geilson (PTN).
Em apenas três meses do ano de 2013, Salvador e Região Metropolitana registraram 400 homicídios. 
   
   Salvador é a quarta capital que mais mata por arma de fogo: são 59,6 mortes para cada 100 mil habitantes. “É necessário um investimento em políticas públicas de segurança, para que essa situação consiga ser controlada o mais rápido possível. Mas não podemos esquecer que também que um dos pilares para essa mudança se passa pela educação de qualidade. Precisamos tomar medidas urgentes”, afirmou Geilson.