Política

DEPUTADO Tom Araújo diz que seca levou a Região do Sisal a colapso

Parlamentar diz que o comércio está estagnado e a agropecuária foi dizimada
Tasso Franco , da redação em Salvador | 06/03/2013 às 09:27
Deputado Tom Araújo, DEM, representante da região do Sisal
Foto: BJÁ
   O deputado Tom Araújo (DEM) afirmou ao BJÁ em entrevista que a Região do Sisal, da qual é um dos representantes na Assembleia Legislativa, passa um momento muito crítico, "diria de colapso" diante da prolongada seca que castiga o semiárido baiano. "Nunca vi nada igual ao longo de minha vida o que se passa no epicenteo da Região do Sisal, a partir de Conceição do Coité até Santaluz, uma devastação da agropecuária e uma baixa enorme no nosso principal produto que é o sisal", frisou.

   Para Tom, o fenômeno da prolongada seca não tem sido encarado como deveria pelo governo do estado e não é apenas "dar o leite e o suco de laranja aos mais necessitados" que vai resolver o problema. O parlamentar defende mais investimentos produtivos para a região e combate à estiagem com programas de apoio à agricultura familiar e aos pequenos produtores. Lamenta que a Bahia só tenha investido, no ano de 2012, R$96.7 milhões no combate á seca em todo estado, "o que é pouco, ou quase nada ao que se gasta em outros segmentos".

   O parlamentar lembrou que o BNB se instalou em Coité, onde reside, há 3 anos e promoveu empréstimos a pequenos e médios produtores, inclusive no agronegócio, mas, a seca que se prolonga desde o final de 2011 até os dias atuais, dizimou as plantações e a gadaria. "Ou seja, hoje, esses produtores não têm como pagar os empréstimos ao banco e ainda que o BNB queira, como compensação algo material deles, nada existe a não ser a terra devastada".

   Citou o caso de um produtor de Retirolândia que gastou tudo o que possuia para tentar manter 150 cabeças de gado e foi à bancarota. 

   Segundo Tom, a economia de Coité e cidades da região do Sisal está estagnada e o comércio sofre as consequência da falta de clientes, daquelas pessoas de todas as rendas que vinham às compras nos dias de feira livre e no decorrer da semana. "É muito triste o que está acontecendo e não vemos uma ação do governo mais efetiva no combate à esses problemas", concluiu.

   Há, ainda, um êxodo acentuado de pessoas mais jovens para outras regiões e outros estados.

   Investimentos

  Através de pesquisa no SICOF Gerencial verificou-se que, no exercício de 2012, o Governo do Estado da Bahia aplicou apenas R$96.7 milhões - recursos originários da arrecadação do Estado (Tesouro, royalties, Fundo da Pobreza e Fiés), em ações de combate à seca, através da execução de obras de implantação e ampliação de sistemas de abastecimento de água, construção de cisternas, implantação de oluções hídricas e aguadas e perfurações de poços.