Caixa preta das contas da SEFAZ levou deputado Carlos Gaban a afirmar que o Estado da Bahia está quebrado
Tasso Franco , da redação em Salvador |
26/02/2013 às 17:51
Carlos Gaban, de costas, e Kelly na tribuna: "Chega de bate-boca"
Foto: BJÁ
Novo bate-boca entre os deputados Carlos Gaban (DEM) e Rosemberg Pinto (PT) na tarde desta terçca-feira, 26, no plenário da Assembleia Legislativa em torno da liberação da senha da SEFAZ para que os parlamentares possam acompanhar as contas do governo, deixou a deputada Kelly Magalhães (PCdoB) irritada situando que a Casa está "acuada desde ontem com discussões estéreis e que não levam nada à população".
Kelly destacou que o debate sobre a senha da SEFAZ que daria acesso às contas governamentais é salutar, mas, deve ser feito dentro do tempo dos partidos de acordo com as normais regimentais. "Da forma que está sendo feito, entre dois deputados, em questões de ondens vis a vis não é admissível". Kelly lembrou que, ontem, o bate boca foi entre Targino Machado x Rogério Andrade; e o de hoje, entre Carlos Gaban x Rosemberg Pinto.
MOTIVAÇÃO
A motivação do debate de hoje se deu em função de pronunciamento do deputado Carlos Gaban, DEM, no pequeno expediente, o qual disse que está há 57 dias sem poder fiscalizar as contas do estado porque a SEFAZ se tornou uma caixa-preta e não libera a senha. Ainda de acordo com o deputado, a falta de pagamento aos fornecedores e às empresas que disponibilizaram mão-de-obra ao governo não estão sendo pagas "porque o estado está quebrado".
O líder do PT na Casa, deputado Rosemberg Pinto (PT), reagiu e destacou que o sistema (SICOF) foi modificado (agora é FIPLAN) e os deputados estão com as senhas antigas, mas, o secretário Alberto Petitinga vai solicitar da Assembleia o CPF e nome de todos os deputados e vai liberar uma nova senha. Ainda segundo Rosemberg, o governo atual age de forma transparente, e não como no passado onde foi-se preciso até impetrar um madado de segurança para se obter informações da SEFAZ.
A partir daí, em questões de ordens sucessivas, o bate-boca começou, com a sessão sendo presidida pelo inexperiente deputado Cacá Leão (PP). Gaban foi a réplica e disse que, o que acabara de ouvir de Rosemberg fora uma conversa fiada, um desrespeito ao poder legislativo, "porque aqui ninguém tem senha" e ninguém sabe nada das contas do governo, chegando a falar num "rombo de R$2.6 bilhões".
Rosemberg então foi a tréplica e destacou que o acesso às informações da SEFAZ se dão em 3 níveis: a) acesso público com informações sobre a movimentação financeira; b) acesso parlamentar a qualquer deputado num nível até dos gastos diários; c) acesso de operação reservado aos técnicos da SEFAZ.
E mais: "Todo deputado tem a senha. É só pedir" - ironizou Pinto.
- É mentira - reverberou Gaban.
- É verdade - replicou Pinto pedindo verificação de quórum da sessaão (e depois deixando-a seguir).
KELLY E LAUDANO
Aí Kelly Magalhães (PCdoB) foi a tribuna e disse que a Casa estava acuada, com o bate-boca. A deputada Maria Luiza Laudano concordou com Kelly e destacou que "é preciso parar com isso porque nada de proveito a comunidade se discutiu".