Depois de uma sexta-feira tensa, com ameaça de entrega de cargos na Mesa Diretora por parte da oposição, a semana começou mais amena na Câmara de Salvador. É precoce dizer se a crise da eleição de Euvaldo Jorge (PP) para presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Públicos foi superada, mas ao menos o clima de guerra cedeu.
Gilmar Santiago (PT), líder dos oposicionistas, baixou a guarda e resolveu não levar adiante o movimento de renúncia à Mesa: “Não vamos aprofundar a crise porque ela paralisa o legislativo, e nós da oposição temos responsabilidade com a cidade e com a Casa”. Mas avisa que o relacionamento não será mais o mesmo: “Acordo é feito para ser cumprido; essa dívida vai ficar, esperamos que o tempo possa corrigir”.
Para ele, não pode ser encarado com compensação a entrega da presidência da futura Comissão do Carnaval ao colega petista Henrique Carballal, derrotado na de Transporte. O colegiado deve ser criado nos próximos dias e instalado ainda no mês de março.
Questionado se aceitará a nova posição, Carballal foi evasivo, mas não polemizou: “Sou homem de partido. Se o PT determinar, irei. Quando me candidatei à presidência da Câmara e da Comissão foi pelo partido, então a quebra do acordo não foi comigo e sim com o partido”.
Galeria agitada
A maior agitação desta segunda-feira, 25, na CMS foi causada pela presença de representantes de aproximadamente 350 trabalhadores terceirizados da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), antiga Setad. Vinculados à empresa Dominum, Eles alegavam estar com atrasos em férias, salários (dezembro e janeiro), 13º e uma série de benefícios sociais.
Os funcionários respondem por funcionamento de serviços como os centros de referência de assistência social (Cras e Creas), cadastramento do Bolsa Família, Abrigo D. Pedro II e mão de obra (Simm). Entre os profissionais encontram-se assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, assistentes administrativos, cadastradores, recepcionistas e serventes, ligados ao Sindilimp. Além da inexistência de contrato de trabalho há 40 dias eles temem a demissão, pois novas pessoas estão sendo treinadas com a dispensa dos antigos ocupantes das vagas.
Ao final dos discursos pró e contra os vereadores formaram uma comissão para negociar com o executivo o pagamento dos recebimentos devidos e os direitos trabalhistas.