Tudo parecia tranquilo com a escolha dos presidentes das principais comissões permanentes da Câmara de Salvador. Antes das 10h30min desta terça-feira os cargos mais cobiçados estavam definidos, com os vereadores em clima de conciliação.
À tarde, porém, o clima esquentou, com Henrique Carballal (PT) ensaiando uma revolta por ter sido preterido na eleição para o comando do colegiado de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais, que elegeu Euvaldo Jorge (PP), com Alberto Braga (PSC) na vice. Apesar do anúncio da entrega de cargos feita pela oposição ninguém formalizou qualquer renúncia.
Para o presidente Paulo Câmara (PSDB), o protesto do petista não tem sentido e sua derrota deve ser creditada ele mesmo e à sua pouca disposição para trabalhar os votos dos colegas. Enquanto Euvaldo passou a segunda-feira, 18, em contatos, negociando apoios, Carballal estava viajando, somente chegando no dia do pleito.
Câmara reconhece a existência de um acordo com a oposição, mas no caso da de Transportes Euvaldo Jorge se recusou a retirar a candidatura e a ceder o lugar a Carballal. “A Mesa só pode fazer uma indicação, e isso nós fizemos, mas quem elege são os membros da comissão, nós não podemos impor nada”, disse o tucano.
Quanto a deixar de integrar qualquer um dos colegiado a coisa não é tão simples como os revoltosos querem fazer parecer. De acordo com o Regimento Interno da CMS, participar desses organismos é atribuição do mandato, embora tradicionalmente os edis não revelem assiduidade às reuniões. Para renunciar é preciso haver “motivo de força maior”, tipo doença, e um pedido por escrito. Birra e chilique de insatisfação, portanto, não valem.