Não fosse pela troca de acusações entre vereadores favoráveis e contrários ao Governo do Estado a sessão desta terça-feira, 5, na Câmara de Salvador seria completamente morna. Nem mesmo a muvuca do dia anterior, com a barulheira provocada pelos trabalhadores das creches, reclamando do atraso de salários, serviu de combustível para a reunião.
Em verdade, não houve comunicação oficial sobre o resultado do encontro mantido na segunda-feira, 4, entre a comissão composta por Luiz Carlos Suica (PT), Silvio Humberto (PSB) e Leo Prates (DEM) e o chefe de gabinete da Secretaria da Fazenda, João Roma Neto, para discutir o pagamento da remuneração.
De acordo com os participantes da negociação, o secretário Mauro Costa se comprometeu a depositar os vencimentos de janeiro até a sexta-feira, 8, e buscar uma fórmula jurídica para saldar todo o débito, ou a maior parte dele entre os dias 18 e 22 de fevereiro.
O mesmo grupo de edis está acompanhando o caso e deu ciência aos representantes dos “crecheiros”, em sua maioria mulheres, cujas atividades estão em recesso escolar. Segundo Suica, a decisão da categoria é somente retornar ao trabalho, no dia 18, data para o retorno às aulas, se o dinheiro tiver sido liberado.
Impasse nas comissões
Uma questão que mantém o legislativo em expectativa é a formação e escolha da direção das 10 comissões permanentes da CMS. As mais disputadas são as de Constituição, Justiça e Redação Final, de Finanças, Orçamento e Fiscalização e de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais.
O presidente Paulo Câmara (PSDB) afirma ter como prazo regimental até a terceira sessão ordinária do ano, para publicar os nomes dos integrantes dos colegiados, por isso, continua aguardando a indicação que está sendo feita pelos líderes das bancadas. Caso a reunião aconteça nesta quarta-feira, 6, a relação será divulgada publicada logo após os trabalhos. Ele diz ter consciência de não poder agradar a todos, pois há muitos pedidos concentrados nesses três organismos.
O regulamento prevê a participação de cada edil em até três comissões, perfazendo um total de 129 solicitações para cada um, caso deseje aproveitar todas as possibilidades. A Mesa Diretora tem o desafio de conciliar os interesses de 20 partidos, numa composição muito fracionada. São sete vereadores petistas, seis do PTN e três do DEM. Dez siglas têm dois representantes (PCdoB, PMDB, PP, PRB, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSL, PSL e PV) e seis apenas um (PR, PDT, PSOL, PMN, PPS e PRP).
Odiosvaldo Vigas (PDT) voltou a defender um cálculo baseado, segundo ele, no Regimento da Casa. Em suas contas se chegaria a um coeficiente para a participação proporcional de cada partido representado no legislativo. O pedetista é contra a indicação pura e simples pelas lideranças das bancadas.