Apesar de ter agradado a uma boa parte dos vereadores, o discurso do prefeito ACM Neto suscitou críticas da oposição, como não poderia deixar de ser. Para o presidente da CMS, Paulo Câmara (PSDB) foi um pronunciamento “duro, forte, mostrando o que ele encontrou na Prefeitura, com as falências financeiras e administrativas”.
O tucano destacou o esforço necessário para reconstruir o Município e o respeito ao legislativo demonstrado pelo alcaide em suas palavras, na mensagem dirigida à Câmara. Quanto à relação com o parlamento, reafirmou sua disposição ao diálogo e ao debate, mas mantendo a independência. Segundo ele, ganhar ou perder faz parte do jogo democrático.
Edvaldo Brito (PTB), embora expressando neutralidade (nem situação, nem oposição), elogiou as palavras do chefe do executivo pelo acolhimento de sua colaboração quanto ao “resgate da dignidade das creches comunitárias”. Conforme o petebista, Neto acolheu todos seus pleitos e prometeu sancionar projeto que ele apresentará desobrigando essas entidades da necessidade de apresentar título de utilidade pública para firmar convênio com o Município.
Waldir Pires (PT) viu o compromisso ético assumido pelo prefeito como o retrato de sua luta política: “Ficarei contente se isso for realizado”. O ex-governador acredita na importância desse tipo de postura para o povo e para a cidade.
Nepotismo na Cidade Mãe
O petista Gilmar Santiago apontou incoerência nas afirmações anti-nepotistas do prefeito, pois o Diário Oficial do Município publicou no dia 21 de janeiro a nomeação de Carlos Eduardo Peixoto Magalhães como chefe de gabinete da Fundação Cidade Mãe, ligada à Secretaria, comandada por Maurício Trindade. O oposicionista enviou ofício, pedindo explicações sobre o caso no dia 22, mas até agora não obteve resposta.
Aladilce Souza (PCdoB) demonstrou preocupação com a suspensão geral de pagamentos, especialmente na área de saúde, onde ela tem atuação. De acordo com a comunista, sem esses recursos os hospitais não terão condições de pagar seus funcionários e isso poderá representar a interrupção do atendimento.
Para a ouvidora-geral da CMS é preciso haver critério de prioridade nessa área, pois muitas vezes não há como dizer que os serviços não foram prestados. Ela acusa como negativo o fechamento das unidades São Francisco, no Tororó, e outra, em São Cristóvão. O Hospital Martagão Gesteira tem R$ 2,5 milhões para receber da prefeitura, cujo débito total com a rede conveniada é de R$ 60 milhões.
Opinião semelhante teve Hilton Coelho (PSOL), protestando contra a desmontagem das equipes de profissionais nas áreas de saúde e educação pela falta de pagamento aos terceirizados. Conforme o socialista, esse tipo de política irá inviabilizar até mesmo o ensino de tempo integral.
Outra crítica feita por Hilton ao prefeito foi quanto à sua adesão ao modelo do metrô na Avenida Paralela, proposta pelo Governo do Estado. Hilton acredita que criar condições para aumentar a população na região contribuirá para aumentar o desmatamento e destruir uma área de preservação permanente (APP).