“As atuais paradas de ônibus servem apenas ao propósito comercial e publicitário. A estrutura é ineficaz. Quando faz muito calor não protege do sol. Quando chove não protege da chuva e todos ficam molhados”. A declaração é o vereador Suíca (PT), que, logo após o receso legislativo, pretende pedir à Prefeitura de Salvador uma readequação dos cerca de 3.000 abrigos existentes na cidade.
Segundo ele, “Não é possível que só a empresa que explora a publicidade e cuida da manutenção seja beneficiada. Já passou da hora de ocorrer investimento para o bem-estar da população”.
Em relação aos locais sem a proteção o petista diz entender que “a infraestrutura urbanística de Salvador não permite a instalação de abrigos em todos os pontos de paradas sem uma intervenção viária bem planejada, pois as paradas de ônibus provocam impactos no fluxo do trânsito do local. No entanto, cabe ao poder público buscar soluções que promovam melhores condições de uso desses equipamentos urbanos pela população, seja com abrigo ou sem eles”.
Suíca contesta o modelo adotado: “Salvador é uma cidade tropical e de topografia irregular. O estilo dos nossos abrigos é o mesmo utilizado em países europeus. Em razão disso, quando chove, o que se vê são pessoas sobre os assentos, tentando se proteger da chuva e pelos respingos dos veículos que passam na pista. E quando há o sol forte, esses equipamentos não são capazes de bloquear a radiação solar. O que reivindicamos é uma adaptação à realidade da cidade. A empresa lucra, e muito, com os painéis publicitários. Por que não investir?".
“A população reivindica abrigos com funcionalidade e não apenas visualmente bonitinhos e sem nenhuma proteção e conforto. A prefeitura precisa tomar medidas e ações necessárias. Já passou da hora de se fazer uma revisão desses equipamentos, muitos deles com absoluta falta de acessibilidade para cadeirantes e outras pessoas com algum tipo de deficiência física, além dos idosos. Quando levanto a discussão das paradas de ônibus sei que desencadeará uma discussão sobre o melhoramento dos sistemas viários e do transporte público. Isso é positivo para a cidade e para a população que nela vive”, questiona.