Política

PT vai assumir vice-presidência da ALBA para hipótese governo tampão

Marcelo diz que a política é muito dinâmica e essa hipótese, de governo tampão, é bem possível
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/12/2012 às 15:57
Marcelo Nilo com jornalistas não admite a interferência do Judiciário no Legislativo
Foto: BJÁ
   O deputado Marcelo Nilo, PDT, presidente da Assembleia Legislativa, anunciou durante almoço com jornalistas do segmento política na tarde desta terça-feira, 18, que a nova composição da Mesa Diretora da Casa para o biênio 2013-2014 terá na primeira vice-presidência um deputado petista. Hoje esta posição é ocupada pelo deputado Leur Lomanto Jr, do PMDB.

   Entende Marcelo Nilo que, embora o governador Wagner tenha se posicionado contra um possível governador "tampão", substituindo-o e a Otto Alencer, seu vice, em 2014, no processo sucessório estadual, a política é muito dinâmica e, portanto, é melhor precaver do que remediar. 

   Ou seja, caso isso ocorra com Wagner disputando uma vaga na Câmara Federal e Alencar ao Senado, o presidente da Assembleia assume o comando do governo por 30 dias e dar-se-á uma eleição indireta, no plenário do ALBA, para a escolha do "tampão" que poderá ser um parlamentar ou não.

   Marcelo diz que só assume essa missão de "tampão" pelo prazo de 8 a 9 meses se tiver certeza de que será o candidato a governador pelo voto direto. "Se o governador e a base governista me apoiarem participo dessa condição de 'tampão' desde que possa ser candidato à reeleição pelo voto direto. Sem essa condição, o governador indicando outro nome terá o meu acolhimento e apoio, e continuarei deputado estadual", conclui.

   BALANÇO E PREOCUPAÇÃO

    O presidente fez um balanço das atividades parlamentares no ano de 2012 quando foram realizadas 203 sessões, das quais, 47 especiais, e foram votados 36 projetos de lei, a maioria emanados do Poder Executivo. A Assembleia, em 2012, teve desempenho menos aquecido em plenário em função do ano eleitoral. A ALBA lançou, também, seu novo site.

    Marcelo revelou preocupações com o voto popular e o sistema politico brasileiro, sobretudo com o que chama de "interferência grosseira e gritante do Poder Judiciário no Poder Legislativo". O presidente admite que o STF é soberano e não entra nomérito dos julgamentos que aconteceram recentemente naquela Corte, mas, não aceita que esta Corte determine a perda de mandatos de deputados eleitos pelo povo.

    O presidente também comentou a decisão unilateral de um ministro do STF, o qual adiou a votação do PL sobre os royalties do petróleo, já sancionado pela presidente Dilma Rousseff, objeto da possibilidade do veto do Congresso. "Ora quem tem que decidir essa questão, um clamor da maioria dos estados, da maioria dos governadores, é a Casa Legislativa e não o Poder Judiciário".

    "Os poderes têm que trabalhar democraticamente e em harmonia e não de forma confliente", completou Marcelo Nilo.

    ROBERTO CARLOS E TARGINO

   Sobre situações envolvendo o deputado Roberto Carlos acusado de ilícitos pela PF e Targino Machado, com ação motivada pelo governador Wagner por tê-lo chamado de "Canalha Mor", o presidente diz que ainda não agiu em relação a ambos porque até agora a Assembleia não foi notificada pela PF e pela Justiça.