Oficialmente, o líder do governo na Câmara de Salvador, vereador Téo Senna (PTC) se diz pronto para prosseguir a votação das matérias iniciadas na última quarta-feira, 12, quando os governistas aprovaram a reforma administrativa proposta por ACM Neto e outros projetos de interesse do Executivo, mas não tiveram força para reunir os 28 votos necessários para rejeitar o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que recomendou a reprovação das contas 2009 do prefeito João Henrique.
Fontes ligadas à situação, porém, apontam o grande desinteresse do Palácio Thomé de Souza, principalmente do líder Téo, em insistir com a apreciação das contas 2010, diante da quase certeza de nova derrota em plenário.
Na avaliação do petecista, a estratégia adotada para a última sessão, deixando o relatório para o final, resultou em fracasso, embora a bancada demonstrasse unidade nos primeiros escrutínios.
Segundo comentários de bastidores, as traições vieram de edis ligados ao próprio prefeito, motivadas principalmente pela falta de diálogo de JH e insatisfações criadas durante o período eleitoral. De acordo com essas fontes, o líder teria alertado ao alcaide para a necessidade de votar as contas antes das eleições, ou ainda manter encontros mais frequentes com os integrantes do legislativo e atender suas demandas, mas não foi ouvido.
MP de novo
O Ministério Público Estadual conseguiu irritar de novo boa parte dos vereadores, principalmente a ala governista nesta segunda-feira, 17, ao distribuir uma notificação, nas primeiras horas da manhã, convocando a todos para prestar depoimento, às 10 horas do mesmo dia, sobre as alterações no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU da Copa) e na Lei de Ordenamento, Uso e Ocupação do Solo (Louos).
Quem se chateou reclamou do direito constitucional do Legislativo em realizar esse tipo votação, achando que o MPE passou dos limites. “A matéria ainda é projeto e sequer foi publicada no Diário Oficial do Município; só quando o prefeito sancionar é que vai virar lei”, chiou Isnard Araújo (PR). O assunto foi entregue à Procuradoria da Casa, que ficou de dar resposta oficial nesta terça-feira, 18, à tarde.
As oposicionistas Aladilce Souza (PCdoB), Marta Rodrigues, Vânia Galvão (PT) e Andréa Mendonça (PV), no entanto, compareceram ao MP na sexta-feira, 14, para dar sua versão dos fatos. No relato da comunista, o judiciário não foi acionado pela oposição, mas vem acompanhando a situação desde quando o caso tornou-se sub-judice, no final do ano passado.
Segundo Aladilce, as promotoras haviam alertado o prefeito para que não mandasse as mudanças no PDDU e na Louos daquela forma e à CMS para que não as aprovasse. Agora cobra explicações.