Nota pública de vereadores diz que Câmara precisa ter gestão responsável com dinheiro público e agride atual Mesa Diretora
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/12/2012 às 21:20
Presidente da Câmara de Salvador, Pedro Godinho, diz que vai reunir a Mesa
Foto: DIV
Em informe publicitário publicado em A Tarde deste sábado com o titulo "Carta aberta à população de Salvador", um grupo de vereadores, vereadores eleitos e presidentes de partidos de oposição ao prefeito João Henrique, praticamente deixa claro que estaria havendo trambiques na Casa Legislativa ao afirmar que "Queremos uma gestão responsável dos recursos da Câmara".
A nota, considerada despropositada e até deselegante, destaca que a Câmara necessita promover o "adequado funcionamento da Casa e recupere a imagem de austeridade e controle do dinheiro público, que deve pautar a conduta daqueles que foram eleitos para serem os fiscais do povo".
O presidente da Câmara, vereador Pedro Godinho, PMDB, em entrevista por telefone ao BJÁ classificou a nota de inconsequente e não comunga com os termos da carta aberta, destacando que a Câmara é, sim, "transparente, democrática e participativa, além de promover uma gestão responsável com os recursos públicos".
Godinho comentou, ainda, que espera que a nova Mesa Diretora da Casa tenha conduta digna do Poder Legislativo, mas, repudiou veemetemente, as afirmações dos signatários da nota. Segundo Godinho, ele vai reunir a Mesa Diretora da Casa na segunda feira para adotar medidas cabíveis, e, se for o caso, publicar uma nota de repúdio a carta aberta dos signatários da nota.
Em off, um vereador confidenciou ao BJÁ que, achou muito estranho que figuras do porte de Edvaldo Brito, vice-prefeito de Salvador, e Waldir Pires, ex-governador, tenham assinado uma nota dessa natureza, que beira à panfletagem.
COMENTÁRIO DO BJÁ
A Carta Aberta está assinada por 21 vereadores, vereadores eleitos e presidentes de diretórios municipais de partidos de oposição ao prefeito JH, e certamente também a ACM Neto, e na nossa opinião merece uma resposta da atual mesa diretora da Casa, sob pena de passar por desoneta.
Em negrito, a nota é clara: "Queremos uma Câmara autônoma; queremos uma Câmara transparente, democrática e participativa; queremos uma gestão responsável dos recursos da Câmara" e fala com todas as letras em "austeridade e controle do dinheiro público".
Em sendo assim, com tais afirmativas, se supõe que os signatários da nota têm provas de alguns malfeitos na Casa Legislativa.
Cabe, portanto, a Mesa Diretora exigir que apontem esses ilícitos. Se não o fizer fica parecendo que tem mesmo.