Política

CMS TEM tarde movimentada com votações, protestos e muita obstrução

Poucas matérias foram apreciadas. Em compensação, sobraram protestos e denúncias
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 28/11/2012 às 20:08
Alcindo usou vários recursos para obstruir a votação dos projetos
Foto: LB

Numa sessão movimentada, a todo tempo interrompida pelas tentativas de obstrução do vereador Alcindo Anunciação (PT), a Câmara de Salvador aprovou nesta quarta-feira, 28, por unanimidade (embora com ressalvas), a prestação de contas 2010 da gestão do ex-vereador e atual deputado estadual Alan Sanches (PSD).

Alem dessa matéria, que sobrestava a pauta, alguns edis tiveram seus projetos confirmados, mas as intervenções do petista terminaram por derrubar a reunião antes das 17 horas, diante da insatisfação da maioria dos presentes, que foi abandonando o plenário.

Como novo recurso para protestar contra o que chama de “enxurrada de títulos de utilidade pública e medalhas” Alcindo passou a defender discussão mais detalhada de cada uma delas. No caso da Medalha Zumbi dos Palmares para Pai Pote, de Santo Amaro da Purificação, proposta por Olívia Santana (PCdoB), para mostrar seu apreço ao homenageado, Alcindo começou a ler o currículo do babalorixá, utilizando seu tempo regimental de 20 minutos. Foi o bastante para gerar indignação e a saída de Dr. Pitangueira (PSD) do plenário.

Protestos

A partir daí, sem quórum para novas votações, foram iniciados os pronunciamentos. A oposição, mais uma vez, cobrou a imediata entrada em pauta das contas 2009 e 2010 do prefeito João Henrique, nas palavras das vereadoras de Aladilce Souza (PCdoB) e da líder da bancada oposicionista, Vânia Galvão (PT).

A comunista envolveu-se numa polêmica com Geraldo Jr. (PTN) que extrapolou os limites do plenário. Criticada pelo integrante do grupo situacionista por sua posição contrária ao Projeto Linha Viva, Aladilce divulgou nota posteriormente esclarecendo que suas afirmações foram baseadas na leitura do projeto e em análises feitas por profissionais competentes da área de urbanismo, a exemplo de professores da Universidade Federal da Bahia e técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e  entidades do movimento social.

“Recomendo que, ao invés de tentar criar factóides, o vereador procure conhecer o projeto e se informe melhor para ter condição de debater o mérito”, assinalou. Segundo ela, a matéria do Executivo prevê a extinção de mais de 50% da comunidade de Saramandaia e prejudica também áreas do Beirú, Trobogy, Mussurunga, Pernambués, Cabula, Arenoso, Narandiba e Saboeiro.

Alcindo consultor

Quem recebeu proposta de emprego, ao vivo, da tribuna, foi Alcindo. Alan Castro e seus colegas do PTN convidaram o petista para atuar remuneradamente como consultor, recebendo salário correspondente ao de vereador, prestando assessoria política ao grupo em suas atividades na CMS.

De acordo com Anunciação, os edis sentem-se gratos e reconhecidos ao trabalho por ele desenvolvido na criação do bloco independente durante a atual legislatura. Em função dessa articulação, teoriza Alcindo, o PTN chegou à Secretaria Municipal de Educação, e agora sua experiência estará à disposição dos colegas na forma de consultoria.

Denúncias

Téo Senna (PTC) também aproveitou o expediente para cobrar intervenção do Ministério Públio Estadual (MPE) no Programa Segundo Tempo na Bahia. Apresentando denúncia publicada pela imprensa nacional, citou as recentes investigações da Polícia Federal sobre irregularidades descobertas no alto escalão do Governo Federal.

Mostrou ainda uma carta recebida por ele em seu gabinete de pessoas que teriam trabalhado na fiscalização das eleições 2012 durante o segundo turno para o candidato Nelson Pelegrino. De acordo com o texto, 500 pessoas teriam sido contratadas pelo advogado Paulo Teixeira, ligado ao deputado J. Carlos (PT), com promessa de receberem R$ 60,00, cada, pela tarefa, mas até agora a dívida não foi quitada. Téo tentou entregar a missiva à presidente municipal petista, Marta Rodrigues, mas a vereadora negou-se a receber, alegando que o material era apócrifo, não merecendo crédito, portanto.