Política

Duzentas mil pessoas pedem "Veta Dilma" no Centro do Rio

Diversos políticos do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo participaram da manifestação "Veta Dilma", pedindo o veto presidencial ao Projeto de Lei que redistribui os royalties da produção de petróleo
Nara Franco , da redação no Rio de Janeiro | 26/11/2012 às 21:27
Cabral (ao centro) lidera a manifestação "Veta Dilma" no Centro do Rio de Janeiro
Foto: Governo do Rio de Janeiro
Pela segunda vez cariocas e moradores de municípios do Rio de Janeiro produtores de petróleo foram às ruas pedir o veto presidencial à nova lei de distribuição dos royalties do petróleo, o Projeto de Lei 2.565. Segundo a subsecretaria de Comunicação Social do Governo do estado do Rio, 200 mil pessoas compareceram à manifestação, lotando as principais ruas do Centro da capital. 

Acompanhado do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), do senador Francisco Dornelles (PP) e de seu atual desafeto, o senador Lindeberhg Farias (PT), entre outros políticos, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), voltou a defender a manutenção da regra atual. Caso contrário, diversos investimentos do estado terão de ser cancelados. 

Em seu discurso, Cabral apelou para seu projeto de maior visibilidade: as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). "Só este ano sete mil homens entraram na Polícia Militar", afirmou o Governador, "Faremos um concurso e esperamos que o mesmo número se repita em 2013. Isso é um gasto permanente na folha de pagamento do estado. Como vou manter e criar novas UPPs?". 

Após uma caminhada da Candelária até a Cinelândia, a manifestação ficou concentrada ao lado do Theatro Municipal onde foi montado um palco. Apesar da chuva fina, muitos servidores, estudantes da rede pública e até executivos de empresas localizadas no Centro, marcaram presença. 

No palco, personalidades como a atriz Fernanda Montenegro, a apresentadora Xuxa e os atletas Diego e Daniele Hypólito, pediram o veto da presidente Dilma. A estimativa é que se for sancionada, a lei fará com que o estado do Rio de Janeiro perca, já em 2013, R$ 4 bilhões em receitas e participações especiais na exploração do petróleo. Até 2020, de acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, a perda acumulada pode chegar a R$ 77 bilhões. 

Atualmente, 87 dos 92 municípios do Rio de Janeiro recebem royalties. O estado é responsável pela produção de 80% de todo o petróleo brasileiro.