A disputa pela presidência da Câmara de Salvador antes mesmo do início da próxima legislatura está sendo considerada precipitada por três vereadores reeleitos. Aladilce Souza (PCdoB) defende a articulação por bancadas e não por iniciativas individuais: “É preciso ver como cada bancada vai se posicionar. A Casa precisa também fazer análises de seu papel institucional e tirar lições do alto índice de renovação resultante das urnas”.
Para a comunista o legislativo necessita se fortalecer como instituição, pois, em sua opinião, parte do mau desempenho de alguns edis nessas eleições pode ser atribuído ao enfraquecimento da imagem da CMS frente à opinião pública.
Por isso ela acredita ser obrigação da atual legislatura apreciar as contas do prefeito João Henrique e todas as matérias polêmicas ainda em tramitação na Casa: “Não podemos deixar isso para o próximo mandato”.
Votos iguais
Pedrinho Pepê (PMDB) reconhece o direito “de um vereador recém chegado criar essa tese até porque ele [Duda Sanches] é filho de um experiente político, que foi presidente da Câmara, experiência com que se elegeu deputado estadual”.
Mas, de acordo com o pemedebista, a Casa possui agora 43 integrantes, todos potenciais candidatos. “O vereador Pedrinho Pepê não quer ser presidente, mas deseja participar da Mesa e para isso já começou a trabalhar junto a seus companheiros”, disse ele. “Seja qual for o presidente pretendo contribuir com sua escolha”, assegurou.
Edil mais bem posicionado nas urnas dentro do PMDB, Pepê chamou atenção para a igualdade do valor dos votos na eleição para a Mesa da CMS: “Não é o mais votado na cidade que conta, pois aqui zera tudo. Depende muito das articulações políticas dentro da Casa e até com o prefeito, embora ele não mande na Câmara”.
Resposta a Tinoco
Odiosvaldo Vigas (PDT) também vê precipitação nas articulações de agora. Para ele, a saída é institucional, através do diálogo entre as forças políticas que compõem o legislativo municipal. O pedetista aproveitou para mandar um recado ao vereador eleito Cláudio Tinoco (DEM), que acusou a CMS de não estar cumprindo seu papel a contento.
“Ele esquece que nós solicitamos, e até agora não fomos atendidos, a prestação de contas do último carnaval, organizado por ele”, disparou Vigas. “Esses vereadores têm que botar pé no freio para compreender que essa instituição tem uma história, construída através do tempo, não pode sair dizer o que quer. É um direito da sociedade civil fazer alternância de poder, mas não vamos querer diminuir aqueles que estão aqui”.
Quanto à situação de seu partido, que será representado apenas por ele a partir de janeiro, o pedetista declarou que o posicionamento ainda está sendo definido, com as tratativas em andamento, envolvendo o colega Gilberto José e as esferas estadual e federal. Uma das possíveis posturas é a de independência em relação ao próximo prefeito (ACM Neto).