Na entrevista coletiva, nesta quinta-feira (11), na qual foi formalizado o apoio de Mário Kertész, o candidato da coligação Todos Juntos por Salvador, Nelson Pelegrino, lembrou, provocado por uma pergunta, que a aliança entre Geddel Vieira Lima e ACM Neto neste segundo turno é a mesma que garantiu a vitória de João Henrique à prefeitura em 2008.

"Agora eles voltaram a se juntar, com outros propósitos pensando em 2014, e o adversário garante que assim terá acesso indireto ao governo federal. Curioso é que ele sempre declarou que não dependeria de apoios pois a cidade caminharia com as próprias pernas. É uma contradição que precisa ser explicada", disse Pelegrino, o eleitor não se deixa mais enganar.

O candidato petista salientou ainda que uma coisa é o alinhamento direto político, partidário e administrativo em um mesmo projeto para o Brasil, a Bahia e Salvador. Outra é o acesso por tabela a um projeto que Neto combate e faz tenaz oposição.

Pelegrino passou o dia em reuniões com lideranças e parlamentares, vereadores eleitos e candidatos de nove partidos da coligação, discutindo o trabalho que está sendo feito no segundo turno da eleição, inclusive fazendo um balanço dos avanços do governo Wagner com relação aos que o antecederam.

COMENTÁRIO DO BJÁ

A crítica de Pelegrino tem sentido relativo porque, de fato, o governo de JH é um desastre. Agora, se a aliança com os Vieira Lima/Neto elegeu João e agora se inverte com Neto, em sendo eleito, em tese é o que interessa.

TELEFONEMA DE LÚCIO VIEIRA LIMA

O deputado Lúcio Vieira Lima ligou para o BJÁ e disse que as declarações de Pelegrino são até engraçadas, pois, "ele veio a minha casa, sentou no meu sofá e me pediu por mais de duas horas para apoiar sua candidatura".

Na opinião de Lúcio, se o PMDB o tivesse apoiado, "seria uma maravilha. Como não o apoiamos não prestamos. Eu não gosto de gente assim, de duas caras".

Lúcio disse, ainda, que recebeu telefonemas de Rui Costa e Marcelo Nilo, que Wagner ligou para Michel Temer pedindo o apoio do PMDB e agora vem com essa conversa.

"Quem começou tudo com João Henrique foi o PT, em 2004, inclusive colocando secretários importantes no governo com Gilmar Santiago, na Casa Civil, e na secretaria de Saúde, onde teve o crime Neylto~", concluiu.