O presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp (RO), afirmou que não será possível formar aliança com PT em todas as capitais, mesmo nas cidades em que os dois partidos, aliados em nível federal, não se enfrentem. Raupp admitiu que a legenda pode apoiar o candidato do DEM, ACM Neto em Salvador contra o petista Nelson Pelegrino
No primeiro turno, o PMDB teve como candidato o ex-prefeito Mário Kertész, que ficou em terceiro lugar, com 9,43 % dos votos. Em Salvador, é dado como certo que o grupo do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que atualmente é vice-presidente da Caixa Econômica Federal deve rejeitar a aliança com o PT em favor de ACM Neto. Geddel é pré-candidato do PMDB ao governo da Bahia em 2014, quando deve enfrentar um petista indicado pelo governador Jaques Wagner.
Raupp deu como quase certo o anúncio de apoio do partido ao candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddadd, já nesta quarta-feira. Segundo Raupp, o presidente licenciado do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, ainda finaliza as conversas para formalizar o apoio do candidato peemedebista derrotado no primeiro turno, Gabriel Chalita, a Haddad no segundo turno do pleito, que acontecerá no fim do mês.
Na próxima quinta-feira, uma reunião entre a cúpula do PMDB e o presidente do PT, Rui Falcão, vai definir as alianças nas capitais onde haverá 2º turno. "Sem São Paulo, são 16 cidades, mas em quatro delas o PMDB concorre diretamente com o PT. Nestas, obviamente, não haverá aliança. Mas em João Pessoa (PB), por exemplo, é quase certo que (a presidente) Dilma e (o ex-presidente) Lula vão apoiar o candidato do PMDB", afirmou Raupp. Na capital paraibana, o duelo será entre o petista Luciano Cartaxo e o tucano Cícero Lucena.
O presidente nacional do PMDB considera "difícil" definir todas as alianças já na quinta-feira. Um exemplo é Salvador (BA), onde a disputa foi acirrada entre ACM Neto (DEM) e Pelegrino (PT). "Há uma forte tendência a fechar apoio a ACM Neto, mas isso dificultaria nossas alianças locais em 2014", disse Raupp.
Espaço
Políticos do PMDB afirmaram, antes das eleições, que reivindicariam mais espaço no governo após o pleito municipal, mas Raupp desconversou. "Não é o momento de discutir o subdimensionamento do PMDB no governo, não está na hora de conversar sobre espaço do partido na Esplanada", afirmou. Raupp diz ser um "sonho" do PMDB lançar candidatura própria à presidência da República, mas é tarde para definir um concorrente já em 2014.