Para ajudar o povo sertanejo de forma mais imediata e menos burocrática, enquanto os recursos do governo federal não chegam, o prefeito Luiz Caetano, através da UPB, lança nesta sexta-feira (01), na sede da UPB, no Centro Administrativo da Bahia, a campanha Seca na Bahia: Solidariedade Já!.
Participarão do evento o climatologista Paulo César Espinosa, que falará sobre a relação entre clima, estiagem, recursos hídricos e outros aspectos técnicos climáticos, o Presidente da UPB, Luiz Caetano, o vice-governador, Otto Alencar, os prefeitos dos municípios em situação de emergência, entre outras autoridades.
A ideia da campanha é realizar parcerias com as empresas privadas e a sociedade em geral, para promover a doação de equipamentos como cisternas de emergência, tanque flexível de vinil, purificadores e filtros de água, recursos financeiros para aquisição de cestas básicas, água mineral e ou equipamentos para a população dos municípios em situação de emergência. Para maiores informações e contribuições a UPB criou uma comissão especial para tratar especialmente sobre a seca na Bahia, através do telefone (71) 3115-5999 ou no site http://www.secanabahia.com.br/.
A UPB distribuirá os equipamentos e alimentos às prefeituras que por sua vez distribuirão as famílias obedecendo a critério de prioridade baseando-se na situação emergencial de cada família. Os critérios de seleção deverão ser baseados na análise das necessidades dos habitantes dos municípios e no seu poder aquisitivo.
PREJUIZOS
A forte estiagem que atinge mais de 242 munícipios baianos, um total aproximado de três milhões de habitantes, já acumula grandes prejuízos na agricultura, na pecuária, no comércio, na saúde pública e no social. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), os prejuízos na produção leiteira são de 1,5 milhão de litros/dia. Nesta mesma situação encontra-se 55% da produção de café, 90% da de cebola, 80 da de sorgo (grão aproveitado na ração animal), 50% da de milho, e 70% da de sisal.
A Cooperativa Central de Laticínios da Bahia, uma das maiores do estado, que produzia 60 mil litros/dia, parou a produção por conta da estiagem em Feira de Santana. Na pecuária, caso a seca perdure, dentro de 90 dias começará a faltar carne nos abatedouros, aumento o valor do produto para o consumidor final. O Governo do Estado calcula um prejuízo de R$ 8 bilhões até o final do período da seca.
Dados da FAEB e da Casa Civil do governo do Estado certificam que a produção de feijão de todo o estado já foi comprometida. Os agricultores e pecuaristas familiares não têm mais como alimentar seus animais e manter as plantações, isso tem aumentado o êxodo rural. Há povoados completamente abandonados. Festejos juninos já foram alterados. Aumenta o número de doenças oriundas por causa da seca. O desemprego cresce com a ausência de plantações e colheitas.
A seca que atinge a Bahia prejudica a estrutura social, econômica, desestabiliza também, a qualidade de vida da população, pois passa a ter diminuição da oferta de água tratada e a redução da produção de alimentos. Doze são as regiões mais atingidas pela seca, em primeiro lugar está a região Paraguaçu, em seguida o Nordeste, Chapada Diamantina, Sudoeste, Serra Geral, entre outras.
"Já fomos várias vezes à Brasília. Conversamos com o governo do Estado. De tantas reuniões conseguimos importantes recursos, mas até agora só uma pequena ajuda de R$ 50 mil foi liberada para os municípios para pagamento de carros-pipa. Dos R$ 2,7 bi liberados pela presidente Dilma Rousseff para o Nordeste, nós ainda não vimos e nem temos notícias de quando eles serão liberados", afirma o prefeito Luiz Caetano, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB).
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