O prefeito João Henrique (PP) está pré-candidato a governador da Bahia, em 2014.
Entende que se trata de uma candidatura natural reservada a todos aqueles que, passaram pelo teste de ser prefeito da capital. Vê Salvador como um espelho que reflete em todo estado, que abriga pessoas de todos os territórios, que socorre e ampara os mais carentes, e acha que desempenha um bom papel nesse sentido, de trabalhar por uma cidade mais igualitária.
Aos 53 anos de idade, mais experiente, mais maduro, diz que terá como companheiro de jornada nessa nova trajetória o senador João Durval, "ainda hoje uma referência em toda a Bahia". E, por coincidência, uma vez que o atual governo enfrenta uma greve de professores e uma seca prolongada no estado, diz que serão dois pontos fortes que pretende abordar (herança bendita de Durval) são a ampliação do programa da seca durvalista e o fato de ter sido o melhor governador, historiamente, para os servidores públicos.
João é carismático e vê com boas chances a pssobilidade de chegar ao Palácio de Ondina. Não fala sobre hipóteses vãs, mas, com base em dados e pesquisas (qualitativas e quantitativas) que possui e que o coloca, como aquele que trabalha para os mais pobres. Além disso, tem um nome bastante conhecido, um partido que o apoia, e programas que podem ser disseminados pelo estado.
Não teme o candidato do PT observando que o fenômeno Lula beneficiou a eleição de
Wagner, mas, deixou de ser uma novidade, uma inflexão que possa levar o candidato petista com Dilma/Lula, às alturas, e ainda há reflexões sobre o governo Wagner. Tem conceitos distintos sobre Lula, Dilma, Wagner e o PT. Acha que Lula foi muito bom para Salvador, mais do que Dilma, "até porque ela só tem um ano de governo"; considera que tem uma boa relação com Wagner, entre altos e baixos, "só de altos"; mas, com a militância petista (partido e vereadores) uma relação de "baixos".
João é ousado e bom político. Diz que, indiretamente, já trabalha para ser governador porque o "guarda chuva" da cidade impõe isso no atendimento a todos os baianos, "e neste ano teremos aproximadamente um êxodo de 100.000 vindas diante do fenômeno da seca".
ALGUMAS OPINIÕES DE JH
BJÁ: Vamos começar pela Copa do Mundo 2014 e esses projetos que não saem do
papel?
JH: Mandaremos para a Câmara o que é interesse da FIFA, do governo do Estado e da cidade como um todo porque a Copa do Mundo passa mas a arena multiuso vai ficar não só para o futebol mas como também para outros eventos - espetáculos, shows, conferências, congressos, até eventos de caráter internacional. Então é uma Arena que não vai sobreviver somente dos jogos dos clubes da capital, ela precisa ter outros usos, entre eles, ter ao lado um Shopping Ceenter com duas torres, uma residencial e outra comercial. Por isso, vvamos abrir discussão com a Câmara de Vereadores porque qualquer alteração no Plano Diretor passa pela Câmara. Como é um projeto que visa a Copa do Mundo. Espero que não seja algo de muita polêmica, que seja uma operação tranquila.
BJÁ: Até agora só tem uma obra que é a Arena Fonte Nova. O senhor acha que é pouco ou suficiente. O que aconteceu? O processo está lento?
JH: A Bahia é um estado muito pobre e a Prefeitura também. A iniciativa privada aqui não se compara com a do Sul do Brasil e nós temos como hábito tomar como referência Rio, São Paulo e Belo Horizonte que são três cidades de alto poder aquisitivo. Belo Horizonte, por exemplo, a Prefeitura tem uma receita anual de R$7 bilhões e a de Salvador R$2,9 bilhões, menos da metade. Agora veja minha população e a população de Belo Horizonte. Nós temos 500.000 pessoas a mais. Nós estamos no Nordeste. Nós somos uma capital pobre com receita pública per-capital que é a 26ª das 27 capitais do país. Aqui é tudo mais difícil . Então o estádio está ficando pronto e da parte da Prefeitura o que é que a gente tem feito atendendo recomendações do governo federal e algumas da própria FIFA: incentivado a indústria hoteleira a qualificar e capacitar mais os funcionários, a sua mão de obra para receber melhor.
BJÁ: Que ajuda a Prefeitura está dando diretamemte?
JH: Por iniciativa nossa e não por recomendação da FIFA liberar o gabarito para grandes bandeiras hoteleiras, especialmente na orla, porque nós detectamos que, ao longo de 10, 15 anos, muita gente vem do Sul do Brasil e se hospeda no Litoral Norte, algumas pessoas entendendo que aqueles hotéis pertencem ao município de Salvador. Eu mesmo que estive hospedado várias vezes no Iberoestar, no Paladium, e encontrava pessoas da Europa que entendiam ser no municíopio de Salvador e quando me apresentava como prefeito da capital elogiavam o hotel e a cidade. Há no imaginário popular internacional que acha que essa extensão do Litoral Norte é Salvador porque foram encontrar belos hotéis lá. Então nós temos que, sem demérito dos hotéis daqui que são muito bons, a rede Pestana e outras grandes bandeiras, mas tem espaço em Salvador, e a orla que ficou décadas, décadas e décadas hospedando terrenos de engorda, que viraram terreno de descarte de entulho, de descarte de lixo, moradias de sem teto, casas de veraneios abandonadas e caindo aos pedaços por falta de PDDU e incentivos. Então a Copa do Mundo veio para nós como aquele incentivo que estava faltando.
BJÁ: Voltando a pobreza, o senhor tem 8 anos na Prefeitura, qual foi sua contribuição no sentido de melhor essa renda per-capita dos baianos da capital?
JH: A receita própria. Dados recentes da SEFAZ, do secretário Joaquim Bahia, apontam que Salvador foi a primeira capital das seis que mais levantarama receitas próprias nos últimos 7 anos que mais elevou sua receita própria. Agora, receitas de transferências não dependem da gente. Dependem dos critérios que o governo federal passar do FPM. E aí tenho um dado grave. Dos prefeitos que me antecederam e aí vamos até 30 anos atrás de dívidas previdenciárias, e estou pagando dividas que foram consolidadas pelo governo federal que, por mês leva, R$15 a R$19 milhões mês seqüestrados na fonte. Não entra nem nos cofres da Prefeitura, não vemos a cor do dinheiro. Imagine uma prefeitura pobre 26º lugar em renda-per capita do Brasil, é muito difícil. Agora, não tinha Lei de Responsabilidade Fiscal naquela época. Eu sou o prefeito dessa geração dos 30 anos que passou, sou o primeiro prefeito a passar para meu sucessor sem dívidas, a não ser que tenha receita correspondente em
caixa para pagar aquela dívida, também em caixa.
BJÁ: As finanças da Prefeitura, finalmente, estão equilibradas?
JH: Sim, agora estão. Agora, é bom que todos prefeituráveis saibam disso, a Prefeitura gasta todos os seus recursos próprios, sua receitas, na conservação e manutenção da cidade, basicamente. Ninguém chegue aqui pensando que vai fazer viadutos, obras suntuosas, que não tem como, não existe essa possibilidade. A manutenção e conservação de uma cidade que cresce no ritmo de 50.000 novos moradores por ano e que já tem uma densidade demográfica média de 10 mil pessoas por km quadrado, não tem como você dispor de recursos para investimento. O que a gente faz em investimento são praças. Foram 600 praças em 8 anos de governo. A praça é barata, não é cara e tem um efeito sobre as famílias muito interessante. Você humaniza aquele local, aquele bairro, aquela comunidad, socializa, faz as pessoas sair de casa para conhecer seus vizinhos, confraternizar em Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças. Cria espaço de gentileza urbana quando antes era uma ferida urbana. E eram locais de descarte de lixo e entulho e de estupro e agora são locais de gentileza urbana onde as comunidades se encontram. Isso a gente tem feito. Investimento pesado tudo que fiz foi com dinheiro do governo federal: aquele viaduto em frente ao Barbacoa, Mamede Paes Mendonça, R$25 milhões do governo federal; trens do subúrbio que estou agora colocando ar condicionado, dinheiro do governo federal; a Ponte de São João, a obra do Metrô e por aí vai.
BJÁ: Nessa pré-campanha eleitoral candidatos estão prometendo mundos e fundos para Salvador. O senhor acredita nisso?
JH: A receita da capital é muito baixa. Se comparar com BH com R$7bi e 500.000 pessoas a menos e aqui com R$2.9 bi. Não tem como você prometer coisas com essa receita que mal dá para manter e conversar a cidade.
BJÁ: São então declarações apenas políticas para tentar ganhar votos?
JH: A euforia de qualquer candidato. Eu também fui eufórico quando fui candidato. Tive meu momento de euforia. É natural. Mas quando se senta na cadeira do gestor e tem certas obrigações é difícil. Vamos ao exemplo dos táxis. Tenho um sem número de táxis e o MP nos obriga a assinar um TAC porque o MP é o fiscal da lei. E a Constituição de 1988 atribuiu aos municípios um sem número de novas responsabilidades muitas delas transferidas da União para os municípios ou dos estados para os municípios. Por exemplo: do estado para o município: Eu sou do tempo em que o trânsito era orientado pelo policial de trânsito do Detran que tinha aquele guarda famoso (Pelé, da Rua Chile) hoje é o município. Era o estado que administrava o trânsito e hoje é o município. A ação social 100% dela é municipalizada; gestão plena do SUS, municipalizada. Então, tudo foi transferido para os municípios sob o argumento de fortalecer o ente federativo municipal. Mas, as receitas não vieram. As responsabilidades foram transferidas, mas as receitas não vieram no valor corresponde. Alguma receita veio, pouco, insuficiente. Até porque a cobrança do cidadão sobre o poder municipal ela é muito mais fácil de ser feita do que de outras esferas de poder.
BJÁ: Que avaliação faz dos seus 8 anos de gestão?
JH: Muito positiva. Acho que a população de Salvador mais humilde avalia como eu, haja vista as obras que foram feitas no Subúrbio Ferroviário, as 600 praças de lazer e esporte que fizemos, a Avenida Centenário, o Imbui, praças como Stella Maris e Roma, na Ribeira na antiga fábrica da Barreto de Araújo, a chegada do SAMU 192, a chegada da Guarda Municipal. A chegada do SAMU 192 foi uma luta porque o custo de manutenção é muito alto. Eu me lembro que as pessoas quando iam para um posto de saúde usavam carrinhos de mão sujos de restos de cimento, de restos de verduras. Eram carrinhos de mão que levavam idosos com fêmur fraturado, com quadril fraturado, eram conduzidos assim para postos de saúde e hospitais. Ou então se cotizava no bairro, os moradores (naquela época nem todo mundo tinha carro e agora tem) e fazia uma vaquinha, botava gasolina e passava do carrinho de mão para dentro desse carro, um chevete. Depois que eu trouxe o SAMU 192 eu só ouço críticas que o prefeito não cuida das ambulâncias de Salvador e tome criticas. E ninguém lembra quem trouxe o SAMU. A mesma coisa é a GM que estava no papel. Eu era vereador quando a GM foi criada na Câmara, eu até ajudei, dei meu voto. O projeto ficou 20 anos na gaveta. Eu consegui tirar da gaveta e a GM está aí com 1400 homens. Aí ao invés das pessoas elogiarem eu vejo é gente criticando que o guarda municipal ofendeu as pessoas, que o guarda brigou com um PM. Gente, vamos ver o lado positivo. Não tinha guarda municipal. Eu soube que no BAVI recente a GM foi elogiada pela presença ostensiva do GOE - Grupo de Operações Especiais cerca de 100 homens auxiliando a PM no BAVI. E no Carnaval que a GM foi confundida com as Forças de Segurança Nacional! A FSN estava na cidade diante da greve da PM e o Carnaval foi uma semana depois e as pessoas achavam que, no Carnaval era a FNS que estava atuando, e era a nossa GM.
PRISMA POSITIVO
Então eu acho que as pessoas têm o hábito de ver as coisas muito pelo lado negativo. Deviam ver um pouco mais as coisas pelo prisma positivo. E antes que não tinha a GM, e antes que não tinha SAMU 192, antes que não tinha canal fechado na Avenida Centenário, canal fechado do Imbui, e antes que não tinha metrô rodando e daqui a dois meses vamos ter o metrô rodando, servindo à população durante 6 meses.
BJÁ: Que programa o senhor destacaria como mais relevante nos oito anos?
JH: Destacaria algo que não é concreto que é quebra de paradigma, que não é palpável, o tratamento igualitário para todos que moram na cidade. Essa é a grande obra de JH. Eu me lembro...e vou puxar para o passado, eu fui vereador, eu fui deputado e eu me lembro como era Salvador. Eu me lembro que, quando a ambulância não servia mais, que estava caindo aos pedaços, que não servia mais para a Cidade-Alto, mandava-se para a Cidade-Baixa ou para o Subúrbio Ferroviário. Eu me lembro que quando um poste de luz estava velho, apodrecido, que a luz não prestava mais, não clareava mais, mandava-se para a Cidade-Baixa. Tudo que não prestava. Um ônibus velho: a Prefeitura mandava que as empresas colocassem para servir ao povo da periferia. Aqui na Cidade Alta só podia ter ônibus novos. Eu me lembro de tudo isso, que eu vivi como vereador e deputado. Isso ninguém me contou. Havia uma cultura na cidade ao longo desses últimos 50 anos dando conta dod que não serve aqui manda servir no Subúrbio. Que é isso? Então a minha grande obra foi tratar a todos por igual. O mesmo posto lindo e bonitinho que está na Barra você vê na Suburbana nos seus 14km, a mesma iluminação branca com poste azul importado. Quando o carro bate não assassina mais as pessoas porque o poste não é de concreto e sim de alumínio e oco por dentro, então o carro pode bater e ele cair sem matar ninguém. Então o cuidado com as pessoas tem que ser o mesmo. Não é porque essa população daqui da parte da elite da cidade pague o IPTU e a outra que não paga que você vai desprezar. A gente trata por igual. Em se tratando de fazer justiça social você até que tratar um pouco mais para a parte mais pobre e carente do que essa parte que tem mais poder aquisitivo.
BJÁ: A população está enxergando isso, percebendo suas ações?
JH: Essa parte mais carente, sim, com certeza. Foi quem me deu a reeleição. Eu ganhei a reeleição com essa parte mais pobre. Essa parte mais nobre, a classe média, por natureza ela é contra.
BJÁ: O senhor teve uma grande votação, foi eleito por todos. Não!
JH: Não. Na minha reeleição (2008) eu tive votação mais densa, eu fui eleito pela periferia, subúrbio e bairros populares. Na minha reeleição quem me deu a vitória foi essa parte mais carente. Agora, no segundo turno, quando tive o apoio de ACM Neto eu passei a ganhar mais votos na camada mais de elite, digamos assim. No primeiro turno essa parte mais carente reconheceu a quebra de paradigma nosso.
BJÁ: A população mais carente ainda lhe reconhece como bom gestor?
JH: Hoje é a mesma coisa: eu tenho mais reconhecimento de minha obra social nessa
parte mais pobre, embora trabalhando para todos. Volto a dizer que tenho mais
reconhecimento nessa parte da periferia. Por que? Quem é que usa o posto de saúde? Não é a classe média. Quem é que usa o ônibus? Não é a classe alta. Quem usa a escola pública? Quem reclama pela iluminação pública deficiente ou ausente? Quem usa os serviços da prefeitura com mais intensidade é a cidade pobre que são 80% da cidade.
BJÁ: Quem participação o senhor terá nas próximas eleições municipais?
JH: Eu não sei. As pesquisas dão, assim, um direcionamento como por exemplo isto que lhe falei da pobreza. Vou ver o direcionamento, a parte mais pobre da cidade, a parte mais humilde tem um reconhecimento extraordinário pelo meu trabalho e isso as pesquisas estão mostrando, as qualitativas e as qualitativas. E a classe média mantém, fielmente, a sua postura crítica para qualquer gestor.
BJÁ: O senhor está vivo na eleição?
JH: Eu acho que sim porque a parte mais pobre representa 80% da população e também 80% dos eleitores.
BJÁ: Confia no seu candidato João Leão? Ele terá condições de ser competitivo, avançar, ou está colocado apenas politicamente?
JH: Acredito que vai avançar. A candidatura de João na medida em que, no programa de televisão, na medida em que a gente consiga mostrar esse sem número de intervenções que fizemos, mesmo sem recursos para investimentos, mas trazendo recursos de Brasília, assinamos diversos convênios, viabilizando com a iniciativa privada algumas parcerias na medida em que for mostrado na televisão, assim como na minha reeleição que sai de quinto lugar e pulei pra primeiro eu acredito que a candidatura de João terá um crescimento. Não posso aquilatar ainda, o grau desse crescimento. Mas, creio que o reconhecimento poelo nosso trabalho vai se transformar em voto.
BJÁ: O senhor vai entrar na campanha de JL de cabeça?
JH: De cabeça.
BJÁ: E no segundo turno?
JH: Eu acredito que JL terá chances de ir para o segundo turno pela quantidade de obras e intervenções que fizemos e por essa quebra de paradigma de tratar a cidade de forma igualitária quebrando um ciclo 400 anos, de tratar a cidade como se fosse de duas formas, de cidade turistica e sub-cidadãos. Agora, todos são tratados por igual. Esse Reconhecimento dá pra levar João Leão para o segundo turno.
BJA: O senhor atravessou dois governos, de Lula e Dilma, quem mais ajudou Salvador?
JH: O presidente Lula foi dentro de nossas expectativas, destravamos a obra do metrô, criamos a GM, trouxemos as ambulâncias do SAMU 192, os CAPs, os CEOS são 6 CEOS que fazem tratamentos dontológicos nas pessoas humildes nos bairros e nós atendemos cerca de 3.000 essoas/mês em cada um dos CEOS e atende além da população de Salvador muita gente que vem do interior buscar tratamento, esse da Carlos Gomes chega a fazer fila de vans e topic com ambulâncias do interior para fazer tratamento odontológico. Então, Lula foi muito bom. Já a presidenta Dilma não deu tempo para avaliar. Ela só tem um ano, mas eu creio que ela vá manter o mesmo ritmo de atenção e carinho que o presidente Lula teve.
BJÁ: Dilma já está no governo há um ano e cinco meses. Não é tempo suficiente?
JH: Ela tem mantido convênios com o estado, com a Prefeitura não. Nós tivemos mais
convênios na época do presidente Lula talvez porque, naquela época, o PT fazia parte da minha gestão e isso facilitava muito as coisas. O PT fazia parte do meu primeiro governo e tinha secretaria de Saúde, Casa Civil, Secretaria de Ação Social então muita coisa foi facilitada a vinda pelo fato do PT estar aqui dentro do governo e estar,também simultaneamente no governo federal. Já nessa segunda gestão o PT não está no meu governo então é um pouco diferente no que tange a abrir portas em Brasília.
BJÁ: E com o governador Wagner, o senhor considera que convive com altos e baixos?
JH: Nossa avaliação com o governador é só de alta. De nossa parte é só de altos. Agora, a militância do PT não é de fácil convivência. Eu não digo o governador, eu excetuo o governador que tem uma relação com a gente muito nobre, muito educada, muito elegante, mas a militância do partido é de difícil convivência, haja vista os vereadores aqui na Câmara. Às vezes têm projetos que interessam ao próprio governo do estado e que, quando são submetidos a Câmara, me surpreende a oposição radical do PT que é feito sobre determinados projetos os quais no final é para ajudar também ao governo do estado. Uma prova agora vai ser o PDDU da Copa, essas alterações que precisam ser feitas na cidade por conta da nova Arena Fonte Nova, uma obra do estado e que precisa ser complementada com um shopping center vamos ver qual será o comportamento do PT pois será uma votação que interessa diretamente do ao governo do estado.
ALTOS & BAIXOS
Com o governador Wagner só tem altos; com a militância petista só tem baixos diante do comportamento dos vereadores na Câmara.
BJÁ: E essa posição do governo com metrô foi de alta em colocar os vagões para rodarem na época da eleição e depois pararem, conforme declarações do secretário Rui Costa?
JH: Não vai parar não. É irreversível. Quando as pessoas começarem a fazer da estação da Lapa até a Rótula do Abacaxi em 6 minutos como eu fiz dentro do metrô, num trajeto que é de 30 a 40 minutos dentro de um carro/ônibus, quem é que vai ter a coragem de fazer esse metrô parar de rodar? Então tem coisas na vida, tem conquistas, que são irreversíveis. Se você está acostumado a fazer um trajeto em 6 minutos quem vai botar na cabeça que v vai fazer em 40 minutos? Ninguém. As pessoas vão moldar seus hábitos a velocidade do metrô, a rapidez do metrô, na hora de acordar, na hora de chegar ao trabalho isso durante 6 a 8 meses e espero deixar recursos em caixa para que essa fase de testes seja por 1 ano. Estou trabalhando para deixar recursos em caixa para que, durante um ano, tenha dinheiro para testes e manutenção e o povo vai andar, vai ter a oportunidade de se deslocar no
metrô.
BJÁ: E quando o metrô começa a rodar?
JH: Segundo o secretario de Transporte, José Matos, no final de julho primeira semana de agosto deste ano porque tem todo um cabedal de providências preliminares. Daqui a três semanas vamos convidar a imprensa para dar uma volta no metrô.
BJÁ: O senhor está mais experiente, mais maduro. Tem fundamento sua candidatura a governador da Bahia, em 2014, pelo PP?
JH: Tem fundamento porque há interesse de nossa parte e do nosso partido, o PP. E tem coisas na vida que são naturais. As coisas que são artificiais, que são forçasão de barra são muito dificéis de se viabilizar. Quando as coisas são naturais o Universo conspira favoravelmente e acaba empurrando essas coisas boas acontecerem. Eu acho que um prefeito de Salvador depois de 8 anos que hospeda os problemas dos 417 municípios, porque quando alguém tem um problema de média e alta complexidade na saúde pública no interior se desloca para Salvador, lá em Cocos, Carinhanha, Caculé, porque lá não tem estrutura, colocar o filho numa boa escola passa por Salvador, passa pelo trânsito, pelo transporte coletivo, quando as pessoas têm sustentar suas famílias por conta da seca se deslocam para Salvador. Os problemas do interior se presenciam em Salvador.
BJÁ: É o espelho, uma referência?
JH: Eu que tenho que resolver todos os problemas do interior da Bahia, até quando a seca castiga, quando há um êxodo rural e este ano por causa da seca nós não vamos ter só 50 mil e vamos dobrar precivisão de ter 100.000 novos moradores por conta da seca. O crescimento anual histórico vai ser dobrado. Um prefeito que administra uma cidade como esta, que hospeda todos os problemas do interior da Bahia, claro que é natural tentar galgar Ondina para tentar atacar os problemas na sua inteireza no seu conjunto.
PREFEITURA DE SALVADOR, A ESCOLA
A prefeitura de Salvador é uma escola para gestores que desejam ser governador. É o maior desafio antes de ser candidato a governador é ser prefeito de Salvador.
BJÁ: O senador João Durval lhe servirá de âncora, de exemplo duante sua campanha ?
JH : João Durval é uma grande referência. V chega no interior da Bahia até hoje fala-se de JD com respeito, com carinho, com gratidão, coisa que eu nunca vi com outro governador. E o funcionalismo público também tem admiração e respeito a JD. Então acho que JD vai ser referência para minha candidatura a governador em 2014, a presença dele é fundamental, referência no combate a seca e junto ao funcionalismo público.