O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista que já dura cinco dias na Bahia.
Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã deste sábado (4) ainda na Base Aérea, o ministro relatou que o movimento é "inaceitável" em um estado de direito. Ele desembarcou na capital por volta das 10h, em companhia do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, e da secretária Nacional da Segurança Pública (Senasp), Regina Miki.
"Por isso, a presidente Dilma assinou um decreto de lei e de ordem. A partir do momento em que a operação é assinada, todos os crimes feitos nesse período são qualificados como crimes federais e serão tratados como tais. Seremos muito firmes no cumprimento do nosso dever", afirmou. Até o momento, 12 mandados de prisão foram expedidos para pessoas distintas do movimento. Há previsão oficial de que soldados federais sejam deslocados para Assembleia Legislativa, onde acampam os grevistas, para cumprir a reintegração de posse de viaturas da PM.
O governador Jaques Wagner, que também participou da coletiva, junto ao general do Exército Gonçalves Dias e o secretário de Segurança Pública, acrescentou que não irá conceder anistia aos policiais que praticaram atos de vandalismo contra a sociedade ou depredação do patrimônio público. Ele ressalvou que irá enquadrar crime como crime, independente de serem policiais militares.
Questionado sobre o alto número de homicídios, que já somam 30 casos de sexta (3) para sábado (4), o governador diz que está sendo criada uma "guerra psicológica". De 0h de sexta até 6h de sábado, foram 29 homicídios, porém um policial civil à paisada foi assassinado por volta das 10h durante tentativa de assalto.