Durante reunião do diretório nacional do PDT nesta segunda-feira (30), o deputado Brizola Neto (RJ) disse que o presidente do partido, Carlos Lupi, não deveria ter voltado ao cargo sem antes prestar esclarecimentos sobre sua demissão do Ministério do Trabalho.
"Sua volta tinha que ter passado por uma discussão do diretório por toda a circunstância política que envolveu o fim da licença [da presidência do PDT]. O partido deveria ser ouvido, seu retorno não poderia se dar por uma decisão pessoal", disse Brizola Neto.
Segundo ele, muitas denúncias contra Lupi foram esclarecidas, "mas algumas não".
Lupi foi demitido pela presidente Dilma Rousseff no ano passado por suspeita irregular de repasses de recursos do ministério.
Brizola Neto afirmou que há uma "divergência grande" quanto ao retorno de Lupi e não apenas pequenas dissidências em alguns estados.
"Há um grupo que acha que nada aconteceu, que não é preciso discutir nada, e outro grupo grande que acha que o partido está vivendo uma grande crise", afirmou.
O vice-presidente do partido, André Figueiredo, negou que haja dissidência.
"Temos um pequeno grupo que questiona as ações do Lupi, quando na verdade este direito é para ser efetivado numa convenção partidária. A convenção aconteceu em 2011, não houve chapa contrária a Lupi", disse.
CONDIÇÕES MORAIS
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta segunda-feira (30) que tem condições morais para permanecer no comando do partido, apesar de ter sido demitido do Ministério do Trabalho por suspeita de favorecimento a ONGs.
Ele não fez referência às acusações, nem às declarações do deputado Brizola Neto (RJ) que defendeu que Lupi não voltasse ao comando partidário sem antes prestar esclarecimentos sobre sua demissão.
Durante reunião do diretório nacional, Lupi afirmou que os pedetistas que querem sua saída da presidência têm o direito de pedir sua renúncia, mas que não deixará o cargo antes de março de 2013, quando se encerra seu mandato.
"É democracia, não posso fazer nada. Tem gente que não gosta da gente, toda a unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues. Tenho condições [morais] totais", afirmou.
BAHIA
Presente, o presidente da legenda na Bahia, Alexandre Brust, acompanha as discussões dos problemas nacionais, mas prioriza sobre as questões regionais.