Política

SENADORA LIDICE COMENTA NO SENADO SITUAÇÃO DE POBREZA NA BAHIA

VIDE
| 21/06/2011 às 09:02
 A pobreza no semiárido nordestino não é apenas resultado da seca, mas na falta de políticas públicas que considerem de forma efetiva as potencialidades econômicas da região, disse nesta segunda-feira (20), em Plenário, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Só na Bahia, apontou a senadora, são 2,7 milhões de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza. Ela mencionou estudos que analisam a pobreza do semiárido nordestino e citou registros históricos que demonstram como sucessivas políticas públicas praticadas pelo Estado brasileiro foram insuficientes e muitas vezes equivocadas, incapazes de desenvolver a região de modo eficaz.

- Nos dias de hoje, grande parte da população sobrevive da pecuária e da agricultura em pequenas propriedades desprovidas de meios efetivos à geração de produtos para a sua segurança alimentar, carecendo amplamente de programas de transferência de renda, a exemplo do Bolsa Família - observou a senadora.

Lídice da Mata registrou o estudo do professor Luiz Paulo Neiva, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), focado em Canudos (BA), segundo o qual os problemas históricos do semiárido estão relacionados ao crescimento regional desigual e a uma estrutura fundiária perversa. O sertão, de acordo com o trabalho, é o "espaço sócio-econômico mais problemático do Brasil", marcado pela implementação de políticas inócuas.

A senadora lembrou a afirmação do escritor Euclides da Cunha (1866-1909), autor de Os Sertões: "De sorte que, sempre evitado, aquele sertão, até hoje desconhecido, ainda o será por muito tempo".

- Essa afirmação profética de Euclides da Cunha sobre o semiárido nordestino, por ele tão minuciosamente descrito em Os Sertões, nos longínquos primeiros anos do século 20, permanece tristemente atual no Brasil de nossos dias - disse a senadora.

Lídice da Mata também fez referência ao estudo Entre o Combate à Seca e a Convivência com o Semiárido, do cientista político Roberto Marinho Alves da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), segundo o qual a realidade de um lado complexa e, de outro, incompreendida, levou a desequilíbrios ambientais e à cristalização da pobreza e da miséria social.