Política

PALOCCI DIZ A SENADORES QUE OUTROS EX-MINISTROS TAMBÉM FICARAM RICOS

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| 17/05/2011 às 20:08
O ministro Palocci ficou rico rapidamente e diz que foi tudo legal
Foto: Lula Marques
  A Casa Civil encaminhou nesta terça-feira e-mail a um grupo de senadores com explicações sobre a evolução do patrimônio do ministro Antônio Palocci nos últimos quatro anos.


  Na mensagem, a Casa Civil justifica a evolução no patrimônio ao lembrar que, como ex-ministro da Fazenda, Palocci recebeu uma "experiência única" que dá valor a profissionais de consultoria no mercado e cita outros ex-integrantes do governo que também enriqueceram ao deixarem seus cargos.


  "Não por outra razão, muitos outros se tornaram em poucos anos banqueiros, como os ex-presidentes do Banco Central e BNDES Pérsio Arida e André Lara Rezende, diretores de instituições financeiras como o ex-ministro Pedro Malan ou consultores de prestígio como o ex-ministro Maílson da Nóbrega.

 
 
Casa Civil encaminhou e-mail a um grupo de senadores com explicações sobre a evolução do patrimônio de Palocci

A Casa Civil também afirma que todas as informações relacionadas à evolução patrimonial do ministro constam de sua declaração de renda de pessoa física, assim como são "regularmente enviadas" à Receita Federal --incluindo informações da empresa Projeto, da qual Palocci tem 99,9% do capital. Diz ainda que Palocci não reside no apartamento de R$ 6,6 milhões comprado em São Paulo.


A empresa Projeto, segundo a nota, foi aberta em 2006 para a prestação de serviços de consultoria econômico-financeira --por meio da qual o ministro aumentou o seu patrimônio.


"Não há nenhuma vedação que parlamentares exerçam atividade empresarial, como atesta a grande presença de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou atividade rural", diz a nota.


Na nota, a Casa Civil afirma que a empresa de Palocci prestou serviços para "clientes da iniciativa privada" --tendo recolhido sobre a remuneração os tributos devidos-- mas sem mencionar quais os clientes. Diz ainda que muitos "ministros importantes" fizeram o percurso inverso ao vir do setor privado para o governo.


"O patrimônio auferido pela empresa foi fruto desta atividade e é compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício", diz a Casa Civil.


O órgão argumenta que o objeto social da empresa foi modificado antes da posse de Palocci no ministério para "vedar qualquer prestação de serviço que implique conflito de interesse com o exercício de cargo público".


Segundo a Casa Civil, a gestão dos recursos da empresa foi transferida a uma "gestora de recursos" com autonomia para realizar aplicações e resgates --para evitar conflitos de interesse, seguindo recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência.

Atualmente, segundo a mensagem, a empresa tem a "única função" de administrar os seus dois imóveis em São Paulo.