Política

REGIIÃO DO SISAL SE ATRASOU EM TECNOLOGIA E JOVENS ESTÃO INDO EMBORA

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| 09/05/2011 às 19:00
Deputado Tom Araújo (DEM) diz que esvasiamento é muito preocupante
Foto: BJÁ
   Em entrevista ao BJÁ, o deputado estadual Tom Araújo (DEM), afirmou nesta segunda-feira, 9, na ALBA, que é muito grave a crise que está se configurando na Região do Sisal diante da falta de mão-de-obra hereditária de familias que sempre viveram da cultura do sisal, tecnologia ultrapassada usada nos campos, falta de incentivos à agricultura familiar e mudanças de comportamentos dos jovens que estão migrando para outras regiões do país.

  "Há um esvaziamento preocupante da cultura do sisal em todos os aspectos e isso já se reflete no comércio, na indústria e em outros segmentos" atesta Tom situando que, só em Coité, são 12 indústrias que já enfrentam dificuldades. A questão básica, segundo o deputado não está na produção, que se mantém em bom ritmo, mas, na colheita do produto que é levado ao beneficiamento.

  A Região do Sisal, que tem seu núcleo principal no eixo Coité/Valente e Retirolândia, onde são feitos os grandes negócios e a exportação, e atinge São Domingos, Queimadas e Santaluz; tem se expandido numa outra área com cultivos em Várzea Nova, Irecê e Campo Formoso.

   Esse bloco original, a Região do Sisal propriamente dita, já chegou a produzir, no final da década de 1970, 210 mil toneladas/ano; e, hoje, dados de 2010, só produz 66.200 toneladas.

  "Estamos ainda trabalhando com equipamentos manuais que remotam às décadas de 1950/1960 e perdendo mercado mundial para países da África (Tanzânia e África do Sul, em especial), China e México" comenta Tom destacando que, no próximo dia 12 haverá uma reunião em Coité, provocada pela Comissão de Agricultura da ALBA, cujo titular é o deputado Temóteo Brito (PMDB) para analisar todas essas questões com o pessoal da Conab, da Seagri e da Secretaria de Tecnologia (Secti).

  CULTURAL

  "Nosso maior objetivo é introduzir o uso de novas tecnologias, sensibilizar os jovens para que se mantenham na Região do Sisal porque é uma boa opção e revitalizar a cultura da planta", frisou o deputado.

   Para ele, hoje, a maioria dos produtores familiares (e as estimativas são de mais de 35 mil familias) se situa na faixa de 45/48 anos de idade, com seus filhos e parentes mais jovens em idade de trabalho se deslocando para São Paulo e para a construção civil em Feira, Salvador e outros estados.

  O deputado adverte que a China já chegou a comprar 24 mil toneladas/ano de sisal, em 2007; e, hoje, só compra 10 mil toneladas com uma possibilidade enorme pela frente de ampliar esses negócios
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