A Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa vai se reunir no próximo dia 12, em Conceição do Coité, para debater a crise que tomou conta da produção de sisal. Segundo dados apresentados pelo deputado Tom Araújo (DEM), proponente da audiência, enquanto o Brasil produzia 120 mil toneladas de fibra de sisal e produtos acabados a partir da planta, a exemplo de tapetes e sacos, em 2010 o número despencou para 66,2 mil.
"No decorrer dos anos, a produção tem caído drasticamente. Isso é resultado da falta de investimentos em tecnologia, inovação, o que tornou alto o custo da extração e afastou produtores e trabalhadores do campo", afirmou o parlamentar.
Tom Araújo lembrou que a Bahia produz cerca de 92% do sisal de todo o país, e quase a totalidade é exportado. "Não estamos conseguindo atender à demanda. Para se ter uma idéia, a máquina utilizada há 60 anos para extração da fibra de sisal é a mesma de hoje. Na audiência, vamos propor ao governo do estado que compre máquinas modernas através de concorrência internacional e aprove linhas de financiamento para os produtores", disse. "Países que produzem menos que a gente já possuem máquinas mais modernas, a exemplo da China e do México", complementou.
A audiência será realizada a partir das 8h, no Centro Cultural de Coité, e contará com a presença de representantes da Embrapa, Conab, dos produtores e do governo do estado. "Toda a região produtora, que abrange, além de Coité, municípios como Araci, Santa Luz, valente, Retirolândia, São Domingos, Riachão do Jacuípe, Queimadas e Gavião, está apreensiva. Se o sisal morrer, essas e vários outros municípios do estado sofrerão um prejuízo econômico e social incalculável, pois mais de 500 mil baianos dependem da produção para sobreviver".