"Convido os filhos e filhas dos deputados da oposição para comerem o filezão e usarem o banheiro químico lá na Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), junto com os trabalhadores rurais do MST, um luxo só". Assim o deputado petista Marcelino Galo cobrou da oposição, durante sessão plenária nesta segunda-feira (18), o mínimo de dignidade para as famílias que estão debaixo da lona preta por vários anos.
O parlamentar também citou detalhes de sua viagem ao Pará, neste final de semana. "A Vale do Rio Doce, instalada no município de Marabá, no Pará, tem um lucro anual de 28 bilhões e não paga impostos. Não paga por ser uma decisão do governo Fernando Henrique Cardoso que privatizou a Vale", afirma Galo que acredita que a forma de lucrar da empresa acaba por destruir a vida social do município, tanto que a cidade de Marabá é uma das mais violentas do estado, com pobreza extrema e grande número de extermínios de adolescentes.
Ao rebater as críticas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) lembrando deste caso grave, uma espécie de "bolsa elite" que auxilia os 60 mil acionistas americanos que lucram com os minérios extraídos pela Vale no Pará, o deputado estadual defendeu a doação de alimentos ao MST que estão jogados, sem acesso à alimentação e à moradia e sem segurança alimentar e nutricional, e, principalmente, sem terras para produzir.
Galo lembrou que os membros do MST sobrevivem debaixo das lonas pretas, na beira das rodovias, há anos. Na Bahia existem acampamentos que há mais de 10 anos esperam pela oportunidade de poder produzir em suas próprias terras. Segundo ele, as condições de vida subumanas e o que o governo faz ao receber o movimento é apenas uma ação humanitária. Para Galo, com a reforma agrária esses trabalhadores estariam produzindo, morando em suas casas, com alimentação de qualidade, sem agrotóxicos e elevando assim sua renda e garantindo alimentação na cidade.
"A Reforma Agrária ajudaria a diminuir mazelas sociais como a fome e a pobreza extrema. O Assentamento 17 de abril, no Pará, por exemplo, possui 690 famílias, com 25 hectares cada, produzindo alimentos que correspondem a 20% do abastecimento do mercado local, comprovando a importância da reforma no campo", completa.