A segurança no transporte rodoviário em Salvador foi discutida, durante audiência pública realizada no auditório do Edifício Emmerson José, Anexo da Câmara Municipal. No encontro da manhã desta quinta-feira (14), rodoviários, usuários de coletivos e representantes da segurança pública discutiram alternativas para tornar mais seguro o transporte público em Salvador.
O vereador Giovanni Barreto (PT), autor da iniciativa, ressaltou a necessidade de criar políticas públicas para minimizar o problema da insegurança nos ônibus de Salvador e comparou o cobrador do ônibus com os operários dos caixas faz agências bancárias.
"A diferença é que os cobradores dos coletivos não têm portas de vidro, detector de metais e estão totalmente expostos. Precisamos sempre conversar e dialogar para que cheguemos a um denominador comum que garanta a segurança para motoristas, cobradores e usuários do sistema de transporte coletivo", afirmou.
Para Djalma Patoré, diretor do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, a união da categoria com os poderes públicos e o combate ao tráfico de drogas, são essenciais para diminuir o problema da violência.
Paulo Colombiano
O assassinato do tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano, e de sua esposa, em 29 de junho de 2010, foi lembrado pelo diretor do sindicato, Getúlio Batista. Emocionado, ele fez um apelo para os representantes da segurança pública presentes no evento. "Por causa da impunidade, os casos continuam acontecendo. Até hoje, passados mais de nove meses, ainda não temos todos os esclarecimentos. É uma questão de honra para nós", solicitou.
A delegada Rosemar Malafaia, representante da Delegacia Geral da Polícia Civil, garantiu que todos os esforços estão sendo feitos para solucionar o assassinato de Paulo Colombiano e reiterou o empenho dos policiais em aumentar a segurança no transporte público de Salvador. "O Gerrc (Grupo Especial de Repressão ao Roubo em Coletivos) vem desenvolvendo um trabalho fundamental para reduzir a violência nos ônibus".
Medo
A união com a população e a importância de fazer denúncias para ajudar os policiais foram destacadas pelo tenente Alexandre Carvalho da 59ª da Companhia Independente de Polícia Militar.
A vulnerabilidade de toda a população, incluindo os policiais, causa medo no tenente. "Todo mundo está correndo risco em todos os lugares. Uns menos e outros mais. Eu também tenho medo. Infelizmente, quem utiliza o ônibus como transporte está mais vulnerável", declarou.
Usuário de transporte coletivo, Paulo Vieira também não se sente seguro quando utiliza os ônibus em Salvador. "Particularmente, tenho muito receio de usar transporte coletivo à noite. Minha esposa já foi assaltada três vezes e eu não deixo ela pegar ônibus de jeito nenhum", confessou.