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1. Como as pesquisas antecipavam, Ollanta Humala repetiu sua votação do primeiro turno de 2006 e alcançou pouco mais de 30% dos votos válidos e pouco menos dos votos totais. A surpresa desta campanha foi a debacle do ex-presidente Alejandro Toledo. Os noticiários explicaram pelos erros de campanha, especialmente em relação a valores, mas os analistas sêniores avaliam que o resultado de Toledo se deve a um desgaste promovido pelo presidente Alan Garcia, que o sucedeu. Com isso, Humala teve as portas abertas para repetir a votação porcentual de 2006.
2. "Gana Peru", de Humala, elegeu a maior bancada e terá 25% dos 130 deputados ou pouco mais.
3. A disputa pelo segundo lugar entre candidatos tão díspares como Keiko Fujimori e PP. Kuczinski aporta mais incerteza ao segundo turno. Keiko clona seu pai. PPK afirmava abertamente compromissos liberais. Lembre-se que os 3 candidatos que não foram ao segundo turno representavam compromissos de continuidade econômica e somaram 40% dos votos válidos.
4. A passagem de Keiko Fujimori para o segundo turno vem do prestígio de seu pai, mesmo desde a prisão, que representa 1 de 5 peruanos, e do desempenho pessoal dela, transformando seus 35 anos em simpatia, mobilidade e capacidade de comunicação. Desde os 19 anos foi primeira dama de seu pai e, com isso, adquiriu experiência internacional, institucional e nos programas sociais que dirigiu. Os setores empresariais -financeiros e da indústria mineral- acompanharão Keiko, assim como outros segmentos que cresceram no período Fujimori. No primeiro turno estiveram com PPK. Da mesma forma, setores médios assustados com a expansão do chavismo.
5. O segundo turno da eleição peruana tende a ser acompanhado à distância prudente pelos países sul-americanos. Chávez por razões táticas, Chile por razões históricas, Colômbia pelas fronteiras comuns, Brasil por razões geopolíticas e Argentina por razões políticas num ano eleitoral.