No dia 15 de abril está marcada uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), que marcará as atividades do Abril Vermelho - celebrações organizadas ao longo dos últimos anos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para rememorar o massacre de vários camponeses em Eldorado dos Carajás. A sessão, proposta pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), antecede o dia 17 de abril, que acabou se tornando o Dia Mundial de Luta pela Reforma Agrária e Justiça no Campo.
"Esse encontro será o cume das celebrações do Abril Vermelho, além de incentivar o debate da reforma agrária, colocando o assunto de volta na pauta de debates da sociedade e dos governos estadual e federal. É preciso que o MST e demais movimentos ocupem a Assembleia e apresentem suas pautas de reivindicações", defende Marcelino Galo que ainda convoca todo o colegiado da Alba para participar da sessão especial. "É importante que os parlamentares estejam presentes para que assim possamos abrir um democrático debate de forma organizada e com o respeito que os trabalhadores rurais merecem, por ser um movimento legítimo de luta dos agricultores familiares e das mulheres do campo".
O coordenador do MST, Márcio Matos, considera a sessão da Alba importante para reforçar o debate da reforma agrária na Bahia e no Brasil e cobrar dos governos federal e estadual que avancem com medidas ou melhorias sobre a reforma agrária. "Para nós do MST, a sessão na Alba é de grande relevância. Essa ação do mandato de Marcelino Galo também trará o assunto da reforma agrária para a sociedade. O MST participará maciçamente desta iniciativa que marcará os 15 anos do massacre de vários camponeses em Eldorado dos Carajás e pelo qual até hoje ninguém foi punido", completa Matos.
Está prevista a participação de diversos movimentos sociais na sessão do dia 15 de abril. Entre eles estão o MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Movimento de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento do Pequenos Agricultores (MPA), Indígenas, Quilombolas, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetag), além de colônias e associações de pescadores e marisqueiras.
O Abril Vermelho começou com as ocupações no interior da Bahia, que continuam de forma pacífica durante todo o mês. Cerca de 35 áreas já foram ocupadas em diferentes municípios como Paulo Afonso, Riachão das Neves, Porto Seguro, Itamaraju, Eunápolis, Feira de Santana, Teixeira de Freitas, Itabela, entre outros. A intenção é que 50 áreas cheguem a ser ocupadas por representantes do MST.