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Já prevendo o arquivamento do projeto de lei que visava acabar com o voto secreto na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Alan Sanches (PMDB), em discurso na Casa, pouco antes da votação, fez questão de reiterar seu posicionamento contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada Luiza Maia (PT), rejeitada por 48 votos a oito. De acordo com Alan Sanches, o projeto já nasceu morto, pois sequer cumpriu o processo normal de tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "Na medicina, quando um feto morre dentro do útero ou durante o parto, é denominado de natimorto. É o que podemos chamar essa proposta, pois antes de ser votada é considerada inconstitucional, morta pela maioria", pontuou.
Por fim, o deputado disparou que não se pode elaborar um projeto de lei focado apenas num governo, mas para os 100 próximos. "Um ou outro governante pode não retaliar, pressionar seus aliados que forem de encontro aos seus interesses, mas quem garante que o restante assim não fará?", questionou, numa clara referência a explanação de Luíza Maia de que não haveria perseguição por parte do governador Jaques Wagner, afinal, segundo ela, o mesmo é "democrático".
"Isso, sem falar, que a grande maioria dos projetos já é votada abertamente e a votação de hoje é um exemplo. Alguns, excepcionalmente, são através do voto secreto, como a cassação de mandato de um deputado, escolha de magistrados e veto do executivo. Portanto, não vejo sentido em nos expor, nos constranger com os colegas, com o governo e até mesmo com o Judiciário", concluiu, complementando que: "como votar contra a nomeação de um conselheiro sem resultar em constrangimentos futuros. Somos seres humanos".