Ainda segundo a matéria do BJÁ citada pelo deputado, o pulso do celular teve aumento acima da inflação e "as tarifas bancárias subiram assustadoramente. O metro quadrado da construção civil aumentou, em média, 22%, enquanto os trabalhadores conseguiram um aumento salarial de 10% depois de 34 dias de greve, enquanto as empresas tiveram um lucro de R$3,3 bilhões em 2010".
Já o deputado Paulo Azi, DEM, diz que, enquanto o governo federal faz um esforço enorme para conter a inflação promovendo um corte de R$51 bilhões no Orçamento, "aqui na Bahia acontece o contrário, o governo criando mais 4 secretarias e dando 5.91% de reajuste aos servidores e aumentando a água em 13.82%, mais do que o dobro da inflação".
O deputado diz que encaminhará um requerimento à Comissão de Defesa do Consumidor, a qual a presidida pelo deputado Rosemberg Pinto (PT), convidando o presidente da Embasa, Abelardo Oliveira, para que explique "tal absurdo"
EMBASA NA BERLINDA
O líder do bloco da Maioria, deputado Zé Neto (PT), defendeu a EMBASA e disse que a empresa tem alcançado níveis de excelência na Bahia e no Brasil, além de desenvolver um amplo projeto de saneamento e água para todos no território baiano. Mas, sem dados suficientes para explicar os motivos do reajuste acima da inflação prometeu para terça-feira, 5, comentar o assunto de forma mais explícita.
A rigor, os deputados da base, sem dados de suas assessorias parlamentares e direção da Embasa que pudessem contrapor os argumentos da oposição, apelaram para os velhos chahões da "herança maldita" e outros. Assim se comportaram as deputadas Luiza Maria e Maria Del Carmen, ambas do PT, que defenderam a Embasa em essência sem argumentos mais convincentes em relação ao reajuste.
O líder do PMDB na Casa, deputado Luciano Simões (foto acima) disse que, se "existe, hoje, uma 'herança maldita' ela é do governo Wagner que passou 4 anos no comando do estado e só pongou nas obras do governo federal". Segundo Luciano, dele mesmo, de "Wanger não existe uma obra. O TOPA, que tanto fala, é um Mobral reciclado", frisou.
AÇÃO POPULAR
O deputado Bruno Reis (PRP) disse que vai entrar com uma representação no Ministério Público da Bahia (MP) e uma ação popular contra o reajuste da Embasa, além de uma ação junto ao órgão de defesa do consumidor.
"O IPCA, que corrige os preços com base na inflação, foi de 5,91% ano passado. Ou seja, o reajuste que o governo quer dar na conta de água é mais que o dobro da inflação de 2010", afirmou Bruno Reis. Ele lembrou que o reajuste para quem paga a chamada tarifa social de água será de 8,5%, ou seja, também superior à inflação de 2010.
"Até quem recebe Bolsa Família vai ter que pagar um aumento exorbitante. Por isso, dizer que esse governo tem sensibilidade social, que está preocupado com os mais pobres e carentes, não passa de discurso político. O que o governo quer é que o consumidor pague pelo corte de R$1,1 bilhão feito nos investimentos e no custeio da máquina, que atingiram o plano de expansão da rede de abastecimento. E o consumidor não tem obrigação de pagar por esses cortes, feitos porque se gastou demais ano passado para reeleger Jaques Wagner", ressaltou o parlamentar.