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Alice Portugal, em tempos idos, durante manifestação em defesa do petróleo
Foto: Arquivo da deputada
"A minha relação com o PCdoB é integral, ideológica e é, acima de tudo, um compromisso de vida", declara a deputada Alice Portugal sobre sua fidelidade ao Partido Comunista do Brasil, que completa 89 anos nesta sexta-feira (25). Alice, que tem 32 anos de militância política dedicados integralmente ao PCdoB, participa de ato festivo em comemoração a data na Câmara Municipal de Salvador, hoje.
A comunista avalia a constituição do partido, na Bahia, enquanto força política enraizada nas lutas sociais do estado."Temos um partido forte, de militância combativa, e sabemos fazer oposição com dignidade e ética. Foi assim com o
carlismo e é assim, hoje, em Salvador. Isso, porque entendemos que nosso compromisso é com o povo, que está sendo penalizado pela ingerência da gestão municipal", afirma Alice sobre o PCdoB.
De acordo com a parlamentar, nesses anos de luta, o PCdoB também aprendeu a ser governo e tem realizado administrações de qualidade. Em todo o estado o partido vem se consolidando e alcançando espaços. Atualmente, conta com 18 prefeitos, duas representantes na Câmara de Vereadores de Salvador e mais de 150 vereadores em toda a Bahia, além de representar diversas lideranças nos movimentos sociais, com atuação junto aos trabalhadores.
Histórico de luta Alice Portugal também aproveitou a data para relembrar sua trajetória na legenda. "Entrei em 1978, com o partido ainda clandestino. Fiz uma opção consciente, mesmo sabendo que vários camaradas estavam presos, centenas de outros no exílio. Participei de reuniões clandestinas, assumi uma outra identidade, em muitos momentos, e sinto muito orgulho da geração da porta das cadeias, da geração que não se acovardou diante da luta pela liberdade", conta a comunista.
A deputada recorda ainda o enfrentamento de uma luta interna, iniciada em 1980, para que o PCdoB se diluísse na construção de um grande partido de massa que viria a ser o PT. "Nós persistimos na manutenção da existência do PCdoB como força política porque acreditávamos na necessidade de expor os ideais das lutas populares e, hoje, temos o partido mais antigo do Brasil", argumentou.
Sobre a possibilidade de alçar voos mais altos, indicando um nome à sucessão municipal, Alice Portugal explica que o partido está maduro para assumir esse desafio. "Pelas condições caóticas que, hoje, a nossa capital se encontra é possível que as forças políticas lancem suas lideranças num primeiro turno para mostrar o que pensam e eu acho isso salutar. O PCdoB, que tem uma relação particular e bem próxima desta cidade, deve, portanto, colocar seus nomes", explica a deputada que tem sido citada como alternativa viável na disputa pelo comando do Tomé de Sousa.