Durante toda a sessão ordinária desta terça-feira (22), no plenário da Câmara Municipal, os vereadores discutiram sobre os benefícios que serão alcançados com a instalação do Parque Tecnológico em Salvador. O vereador Alcindo da Anunciação (PSL), afirmou que não é contra a instalação do Parque Tecnológico, mas que a Casa anda sendo condescendente com o meio empresarial. "Minha opinião é contrária a isenção de impostos porque essa a Câmara tem sido muito bondosa com os grupos empresariais"
A aprovação do projeto que prevê a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) para 2% e isenção do IPTU às indústrias instaladas ou a serem instaladas no Parque Tecnológico de Salvador gerou polêmica entre os vereadores.
Para o líder da bancada do governo na Casa, vereador Téo Senna (PTC), os interesses partidários têm que ser postos de lado para o benefício da população soteropolitana. "Não é um projeto do governo do Estado e sim da prefeitura de Salvador que, com a diminuição do ISS e isenção do IPTU, só trará benefícios, gerando emprego e renda para os moradores da cidade", afirmou.
O líder da bancada da oposição na Câmara, vereador Henrique Carballal (PT), também a favor da aprovação do projeto. Segundo o petista, com a implantação do Parque Tecnológico, "indústrias sérias e de grande porte serão atraídas, graças ao governo do Estado, e vão ajudar a capital baiana a se desenvolver".
Diante dos problemas financeiros e administrativos que a prefeitura de Salvador tem enfrentado, o vereador Jorge Jambeiro também criticou as isenções previstas do projeto do Executivo. "João Henrique não está conseguindo tapar buracos e fazer prevenções para o período das chuvas e quer conceder isenções?, questionou.
Para Jambeiro, esse é o momento do governo do Estado dar uma contra-partida. "É hora de Jaques Wagner atuar. Não é só querer que o Parque Tecnológico comece a funcionar. O governo tem que viabilizar e dar o suporte para que isso aconteça", opinou.
O impacto que a instalação do Parque Tecnológico vai ter no trânsito da Avenida Luis Viana (Paralela) foi a preocupação do vereador Joceval Rodrigues (PPS). Apesar de reconhecer a necessidade de gerar empregos para a população de Salvador, o vereador também não vê razões para isentar empresas multinacionais de impostos.
Um requerimento verbal foi formulado pelo vereador Pastor Luciano (PMN) solicitando que o secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, compareça ao plenário da Câmara Municipal de Salvador, mais uma vez, já que "vários vereadores ainda não estão convencidos dos benefícios que o Parque Tecnológico vai trazer, de fato, para a cidade". O secretário esteve no dia 22 de março na Câmara e fez uma exposição sobre a necessidade de se implantar um Parque Tecnológico em Salvador.
Como o projeto de isenção impostos do Parque Tecnológico é o primeiro da pauta e, como ainda não há acordo para a votação, vai trancar a votação de outros projetos, o vereador Jorge Jambeiro sugeriu que o projeto fosse retirado da pauta, discutido, para só posteriormente ser votado.
Téo Senna, líder do governo, descartou a possibilidade e afirmou que conta "com toda a bancada da situação para aprovar esse projeto de grande importância para a cidade", concluiu.