Política

IMBASSAHY DIZ QUE BRASIL PODE JOGAR DINHEIRO PELO RALO COM TREM BALA

VIDE
| 19/03/2011 às 16:01
Em discurso no plenário da Câmara na tarde desta sexta-feira, 18, o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB), pediu a presidente Dilma Rousseff, que tenha "um gesto de grandeza" e retire da pauta o projeto de implantação do trem bala, que ligará o Rio de Janeiro a Campinas (SP). Apresentando números significativos referentes aos custos do projeto, Imbassahy questionou a prioridade da obra diante de outras mais relevantes para o desenvolvimento do País, que enfrentam dificuldades orçamentárias.

A Medida Provisória 511, que trata do empréstimo de R$ 20 bilhões do BNDES para a construção do trem-bala deverá entrar em votação, na Câmara, nos próximos dias. O projeto é o mais caro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e está orçado em R$ 34,6 bilhões. "Esse valor é estarrecedor. É seis vezes maior que o previsto para as ferrovias Transnordestina e Norte Sul, duas vezes maior que o previsto para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, entre outras grandes obras", comparou. Imbassahy considerou o projeto um desperdício.

"Essa obra é um forte incentivo ao desperdício. É jogar o dinheiro publico pelo ralo", disse.

O parlamentar baiano perguntou se não seriam prioritários investimentos na duplicação de rodovias, como as BRs 101 e 116, que cortam a Bahia; a ampliação de aeroportos para a Copa de 2014; a modernização de portos, reduzindo o custo Brasil; a construção e ampliação de metrôs nas principais capitais, entre outras obras de maior alcance econômico e social.

O deputado tucano observou que todo o investimento realizado nos aeroportos brasileiros entre 1999 e 2008 não chegou nem perto desse montante.

Conforme ainda Imbassahy, a iniciativa está na contramão do discurso da presidente, de redistribuição de renda e igualdade, para promover mais conforto à uma classe mais bem situada do ponto de vista financeiro e geográfico.

Ele concluiu pedindo à Mesa da Casa o encaminhamento de requerimento solicitando do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, cópia do teor integral do projeto, custos e executores, dos estudos de viabilidade, do impacto ambiental e licenciamento, além da identificação de equipe técnica que acompanhará a obra.