O estado de conservação da malha rodoviária dos municípios que representa na Assembleia Legislativa preocupa a deputada Fátima Nunes (PT), conhecedora das dificuldades enfrentadas no cotidiano pelos moradores do semiárido. Em busca de medidas capazes de minimizar o quadro atual, a petista apresentou 18 indicações ao governador Jaques Wagner, solicitando ações imediatas para as rodovias mais carentes e que infligem aos usuários riscos e prejuízos maiores.
Na indicação de número 18.384 trata da BA-403, que interliga a BA-084 - próximo ao município de Nova Soure - passando pelos povoados de Quixabeirinha e Raso até chegar a Sátiro Dias. A petista explica que esta é uma estrada rústica que tem nível de conservação precário, "com grande número de buracos e que se agrava quando chove, pois são abertas grandes crateras". Neste cenário, comum a outras estradas para as quais pleiteia ações do governo estadual, sofre o tráfego de cargas e de passageiros, que ficam vulneráveis a assaltos ou sequestros.
Frisa ainda o impacto (negativo) econômico da situação atual e a importância estratégica dessa estrada para a interligação regional. A deputada Fátima Nunes também defende a recuperação da estrada que liga Senhor do Bonfim ao município de Andorinha, a BA-220, via indispensável para o escoamento da produção agrícola e de minério de ferro da região. Explica que, em Andorinha, a Mineração Vale do Jacurici extrai a cromita, minério usado para a composição da liga de ferro que a Ferbasa produz em Pojuca.
O escoamento desse mineral derivado do cromo é base econômica municipal que é complementada com produção agrícola, sendo a BA-220, portanto, fundamental não apenas para a economia de Andorinha como também para a de Pojuca e outras localidades circunvizinhas de Senhor do Bonfim. A indicação em que a parlamentar formalizou esse pedido ao governador Jaques Wagner foi protocolada sob o no 18.385.
Outra estrada que merece atenção é a que liga Curaçá à BR-407 e, por conseguinte, a Juazeiro e ao resto do país. Trata-se da BA-210, que precisa de nova capa asfáltica, obra em execução, mas que ainda não chegou a seu trecho mais crítico, próximo à localidade de Sertãozinho e daí até Curaçá. A deputada do PT assegura que esse trecho está intransitável, cumulando de prejuízos os moradores do local e todos que ali precisam transitar.
Para ela, os riscos à vida enfrentados pelos passageiros de transporte coletivo ou carros particulares são altos, bem como os prejuízos materiais causados não apenas aos veículos, mas à economia local, que é calcada na produção agrícola. Ali existem projetos de irrigação de grande vulto e parte do que é produzido (os hortifruti) não suporta as longas viagens e o "balanço" dos veículos de carga que estão tornando impróprias ao comércio frutas e verduras. Fátima Nunes lembra que Juazeiro, com seus 250 mil habitantes e localizada às margens do São Francisco - tanto quanto Curaçá, que possui cerca de 32 mil habitantes -, depende dessa atividade e do turismo, segmento também prejudicado pela rodovia dilapidada.
ISOLAMENTO
Para a parlamentar, situação análoga enfrenta as populações de Pedro Alexandre e de Santa Brígida, que precisam usar as estradas que interligam as suas sedes municipais com a BR-235, bem como a que serve ao povoado de Minuim. O quadro traçado chega a ser desolador quando se refere a Pedro Alexandre, isolado geograficamente dos outros municípios da Bahia, exceto pela estrada em tela, que está exigindo recuperação urgente. No total, são 78 quilômetros que precisam ser refeitos e tratados pela deputada na indicação de no 18.388. Na justificativa, a deputada do PT chega a comover ao registrar a pobreza desses locais, que obriga os moradores a migrar em busca de melhores condições de vida.
Fátima Nunes lembra ainda que a migração indiscriminada acaba gerando mais pobreza nos centros urbanos e que, paradoxalmente, a riqueza ali gerada beneficia o estado vizinho de Sergipe - escoamento natural da produção local diante da quase inacessibilidade da Bahia pela falta de rodovias. Nessa mesma área, a petista pediu ainda providências do chefe do Executivo para a estrada que interliga Santa Brígida à BR-110. São apenas 13 quilômetros, explica, mas que, sem pavimentação e sem acostamento, oferecem sérios riscos aos transeuntes, passageiros e motoristas, além de atrapalhar o transporte de cargas. Na indicação de no 13.389, a parlamentar defende o recapeamento urgente da rodovia em respeito aos cidadãos baianos, que residem não apenas naqueles municípios, mas em toda a região.