Política

REAJUSTE 5.91% GARANTE SALÁRIO SEM DESEQUILIBAR CAIXA,p TASSO FRANCO

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| 15/03/2011 às 12:22
Petroquímica sofre no Japão e pode ter reflexos na Bahia
Foto: AP
  O PT provou do seu próprio veneno na aprovação do reajuste de 5.91% para os servidores públicos estaduais. Reajuste pífio considerando-se as antigas reivindicações deste partido para os trabalhadores, na época do domínio de ACM na política baiana.

   O deputado líder do governo, Zé Neto, após a aprovação da matéria produziu uma expressão típica de qualquer administração, dando conta de que não era o melhor dos mundos, mas, o que a SEFAZ poderia honrar.

   "Não era o aumento que queríamos dar; mas é o que poderíamos fazer", disse Zé Neto. Tem sentido. Agora, como governo, o PT entende que reajutes de 40% a 50%, reposições tais e tais, são peças de ficção em qualquer gestão.


   A oposição fez seu papel, até além do esperado porque contou com apoio do bloco independente, propondo um reajuste de 10%. Até razoável, uma vez que o governo da Bahia se autoproclamou, ano passado, que o PIB foi extraordinário e o crescimento da Bahia acima da média nacional.

  Mas, como era de se esperar, a oposição foi derrotada e suas emendas não foram acatadas. Também faz parte do processo político. Minoria é para protestar; maioria, para votar.


   Passivamente, os sindicatos e associações de classe dos trabalhadores públicos estaduais se comportaram como bem expressou Zé Neto, "entendendo o papel do governo". Ou seja, submissas e completamente diferentes de tempos recentes da política baiana.

   Aparentemente, não há o que reclamar. As mesas de negociações que existiam no primeiro governo Wagner ninguém fala mais nelas.


   Admite-se que protestos poderão acontecer aqui e acolá, doravante. Mas, sem consistência. "Inês está morta" e o projeto de lei será sancionado pelo governador com reajuste integrando a folha de pagamentos a partir de 1º de janeiro de 2011.

Há focos de insatisfações no Sindsefaz, Sindimed, e outros menos. Todos contornáveis.

   O governo agiu corretamente para resgaurdar o seu caixa. Não há descontrole financeiro no Estado, mas, por via de dúvidas, com contingenciamento de R$1 bilhão no Orçamento 2011, sem dinheiro próprio para investir, e sem o ICMS dando sinais de avanço (a arrecadação de janeiro último foi menor do que a de janeiro de 2010), melhor prevenir do que remediar.

   A ordem de Ondina continua sendo de apertar os cintos. Ninguém tem ainda uma idéia do que acontecerá com a economia mundial com a crise no Japão. É diferente da insolvência de 2009, a partir dos Estados Unidos. Mas, somando-se com as incertezas no Oriente Médio e na Líbia, o momento é de cautela e contenção.

   A Bahia, com sua planta básica na petroquímica e no petróleo, de repente, pode até ser beneficiada. Daí, que toda cautela é pouca, nesse momento. Folgar o cinto é correr riscos.