A oposição fez seu papel, até além do esperado porque contou com apoio do bloco independente, propondo um reajuste de 10%. Até razoável, uma vez que o governo da Bahia se autoproclamou, ano passado, que o PIB foi extraordinário e o crescimento da Bahia acima da média nacional.
Mas, como era de se esperar, a oposição foi derrotada e suas emendas não foram acatadas. Também faz parte do processo político. Minoria é para protestar; maioria, para votar.
Passivamente, os sindicatos e associações de classe dos trabalhadores públicos estaduais se comportaram como bem expressou Zé Neto, "entendendo o papel do governo". Ou seja, submissas e completamente diferentes de tempos recentes da política baiana.
Aparentemente, não há o que reclamar. As mesas de negociações que existiam no primeiro governo Wagner ninguém fala mais nelas.
Admite-se que protestos poderão acontecer aqui e acolá, doravante. Mas, sem consistência. "Inês está morta" e o projeto de lei será sancionado pelo governador com reajuste integrando a folha de pagamentos a partir de 1º de janeiro de 2011.
Há focos de insatisfações no Sindsefaz, Sindimed, e outros menos. Todos contornáveis.
O governo agiu corretamente para resgaurdar o seu caixa. Não há descontrole financeiro no Estado, mas, por via de dúvidas, com contingenciamento de R$1 bilhão no Orçamento 2011, sem dinheiro próprio para investir, e sem o ICMS dando sinais de avanço (a arrecadação de janeiro último foi menor do que a de janeiro de 2010), melhor prevenir do que remediar.
A ordem de Ondina continua sendo de apertar os cintos. Ninguém tem ainda uma idéia do que acontecerá com a economia mundial com a crise no Japão. É diferente da insolvência de 2009, a partir dos Estados Unidos. Mas, somando-se com as incertezas no Oriente Médio e na Líbia, o momento é de cautela e contenção.
A Bahia, com sua planta básica na petroquímica e no petróleo, de repente, pode até ser beneficiada. Daí, que toda cautela é pouca, nesse momento. Folgar o cinto é correr riscos.