Vereadores, secretários municipais, estudantes e populares assistiram à palestra do jornalista, empresário e escritor, Joaci Góes, integrante da Academia de Letras da Bahia. Ele falou sobre a história do homenageado e recitou seus poemas mais conhecidos. Estudioso da vida e da obra do escritor baiano, Góes não tem dúvida em apontar Castro Alves como "o maior poeta de língua portuguesa de todos os tempos".
Além dos poemas em que condena a escravidão e faz apologia da república, pelos quais é mais reconhecido, Castro Alves, sublinha Góes, escreveu várias outras grandes obras sobre temas diversos, sempre estabelecendo uma relação entre a natureza de sua produção artística e seu estado de espírito.
"Não há ninguém em língua portuguesa que tenha descrito de forma tão bela as estrelas e o amor. Ele também escreveu o mais extraordinário poema em defesa dos judeus e de um continente, a África".
Em sua explanação, Góes lembrou a inveja que os versos de Castro Alves despertaram em intelectuais e personalidades de sua época, como o poeta sergipano Tobias Barreto, de quem era amigo até ter seu talento festejado por grandes escritores no período em que viveu no Rio de Janeiro. "Apesar de todas as tentativas de se minimizar o valor de Castro Alves, ele resistiu ao tempo e está mais vivo do que nunca. Essa sessão é uma prova disso", sublinhou o jornalista, que ainda exortou as escolas a manter viva a memória de Castro Alves através da leitura e do compreensão do significado de seus poemas.
A trajetória do poeta e o alcance de sua obra também foi lembrada pelo vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), que presidiu a sessão, destacou a importância de Castro Alves para a cultura brasileira. "A obra de Castro Alves continua sendo um livro aberto sobre os direitos humanos. Além do valor literário, configura-se como uma bandeira libertária onde a poesia prima por trazer liberdade, igualdade e fraternidade, pilares consagrados na revolução francesa", declarou.