Informações desencontradas fazem com que eleitores reclamem da demora na votação em Lisboa. "Todos os anos em 10 minutos estava resolvido", diz o pintor de móveis Cleosmar Ferreira Lima, de 43 anso, que já aguardava o dobro de tempo na fila. O motivo é a mudança de seções eleitorais por causa do recadastramento dos títulos de eleitor. Assim, quem vem votar com o título antigo precisa descobrir na hora qual é a seção em que vai votar - o número anterior não vale.
Os documentos novos, com o número certo, estão sendo distribuídos no local da votação, o que tem causado filas.
Cerca de 400 pessoas aguardavam por volta das 10h30. Não há, nas salas de votação, listas com os nomes das pessoas que votam ali - as relações foram colocadas às 10h55 na entrada da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde ocorre a eleição. A votação começou às 8h.
"Falaram para mim que eu tinha que trocar o meu título. Estou aqui desde 2001 e nunca teve problema", diz a empregada doméstica Ana Valentim, de 46 anos, que pediu um intervalo à patroa para votar. "Causa uma dificuldade. Das outras vezes foi rapidinho", conta. "Eu não sabia. Me disseram para pegara fila para pegar o título", diz a também empregada doméstica Márcia Reis, de 49 anos, que pela primeira vez vai votar em Portugal.
Segundo o vice-cônsul Ernando, os títulos estão disponíveis há 3 anos no consulado, mas as pessoas deixaram para a última hora. Assim como no Brasil, o título não é indispensável para votar. Por isso, em Lisboa, há funcionários a percorrer as filas indicando o novo número de seção aos eleitores, para que esses possam retirar o novo documento em outra oportunidade.
Lisboa tem 12,4 mil votantes, sendo o segundo colégio eleitoral fora do Brasil - o primeiro é Nova York. O número de eleitores em Portugal triplicou desde 2006, para 23,2 mil.