Ganhar ou perder faz parte da disputa eleitoral. O que não se admite no processo é desrespeitar e descumprir a legislação, que trata de colocar em condição de igualdade todos aqueles que participam do pleito. Apesar de todas essas adversidades, estamos confiantes que essa eleição só será decidida no segundo turno", disse o candidato ao governo estadual pela coligação "A Bahia Merece Mais" (DEM/PSDB), Paulo Souto, referindo-se às sucessivas investidas do candidato à reeleição, o governador Jaques Wagner (PT), contra a legislação eleitoral vigente durante a campanha governamental deste ano.
As infrações, de acordo com Souto, vão desde a utilização de terceiros para veicular propagandas irregulares do Hospital do Subúrbio e da reforma do estádio de Pituaçu até transferências milionárias para prefeituras, associações e cooperativas em todo o estado. "Depois do abuso da propaganda institucional enganosa durante todo o mandato, o governador Jaques Wagner burlou a legislação eleitoral, causando desequilíbrio na disputa. Se tudo o que ele fez for ignorado, é melhor rasgar a constituição".
Paulo Souto lembrou o episódio de repasse ilegal de R$ 36,7 milhões, dos quais R$ 16,9 milhões já foram transferidos de maneira irregular, a associações comunitárias e cooperativas de produtores rurais de 248 municípios baianos, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional da Bahia (CAR), em pleno período pré-eleitoral. Tal iniciativa do governo Jaques Wagner é reincidente no desrespeito ao artigo 73 da Legislação Eleitoral, que proíbe a transferência de recursos públicos através de convênios nos três meses que antecedem as eleições.
Em ocasião anterior, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já tinha concedido liminar à coligação "A Bahia Merece Mais" (DEM/PSDB) determinando a imediata suspensão dos pagamentos de convênios de mais de R$ 6 milhões, firmados entre Governo do Estado e prefeituras, através da Bahiatursa e Conder, fora do prazo previsto pela Legislação Eleitoral.
Paulo Souto ainda criticou o abuso de poder econômico do atual governador, que utilizou a máquina pública para garantir o sucesso do projeto político do seu partido, que é reelegê-lo. "Com o propósito único e claro de cooptar partidos e lideranças, em apenas seis meses, às vésperas do pleito eleitoral, o governo do estado repassou R$ 181,5 milhões através de transferências voluntárias, superando em R$ 600 mil os contratos celebrados em três anos de gestão. Seguramente essa não é a forma mais legítima de buscar apoios políticos", condenou o democrata.