O líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), criticou na tribuna do plenário da Câmara Federal os seguidos adiamentos da votação da chamada "Emenda 29" - que determina um percentual mínimo de investimentos em Saúde para União, Estados e Municípios, e exigiu sua votação imediata.

A proposta que aguarda votação, pretende obrigar o governo federal a destinar 10% do orçamento para o setor, o que representaria um aumento escalonado de 23 bilhões de reais para a Saúde até 2011. O deputado baiano citou declaração do próprio presidente Lula, durante a Marcha dos Prefeitos em Brasília, quando mandou os prefeitos perguntarem ao presidente da Câmara por que os deputados não querem votar a emenda.

Com obstrução das votações em sessão extraordinária (onde a emenda poderia ser votada), assumida e declarada pelos líderes da oposição desde a semana passada, João Almeida lembrou que todos os pré-candidatos à Presidência da República defendem a aprovação da emenda. João Almeida cobrou atitude da presidência da Câmara:  "Por que não a fazemos, Sr. Presidente? Vossa Excelência daria uma boa resposta a todos eles, ao presidente em exercício e ao que virá posteriormente, se pautasse para a próxima semana a conclusão da votação da lei que regulamente a PEC 29", exigiu.

O líder tucano lamentou a incoerência do governo e do presidente Lula, que enquanto faz declarações a favor da Saúde promove cortes enormes no orçamento de ministérios da área social, especialmente a Saúde. "Esse corte orçamentário, o cidadão precisa entender o que significa:  tempo mais longo para marcar cirurgias eletivas, mais gente morrendo nos corredores dos hospitais sem atendimento, pacientes retirados às pressas das UTI's para atender emergências ainda mais emergentes, esse caos que se encontra estabelecido na área de Saúde e as dificuldades que estamos vivendo pelo País inteiro", explicou.

Almeida apontou os vilões responsáveis pelos cortes: " A gastança generalizada em nomeações, em criações de órgãos, repasses de recursos para entidades que não cumprem as funções para que foram criadas (as famosas ONG's), para a companheirada do PT se fartar em seus empregos e nos cargos comissionados, para viajarem pelo País inteiro". E lembrou os altos juros que, segundo a tendência, devem continuar aumentando.