As abás, ou egbomis, como ressaltou Moura, resgatam a tradição, a fé e a ancestralidade, preservando as origens africanas. "A partir das experiências, das lições delas, é que nós levamos mensagens de amor, de mediação de conflitos, de solidariedade, de fraternidade", reverenciou.
No evento, convocado e presidido pelo vereador Henrique Carballal (PT), que lotou o auditório do Centro Cultural da Câmara, foram homenageadas Mãe Cotinha de Oxalá, Ya Edelzuíta de Omolú e as egbomis Elza de Oxossi, Ana de Ogum, Valquíria de Oxum e Bete de Oxalá. Carballal se disse emocionado por ter a oportunidade de celebrar o Odum Adotá dessas mulheres, que garantem a preservação da história de lutas e conquistas da religião de matriz africana.
Exemplo para os jovens
A sessão foi aberta pelo historiador Marcos Rezende, ogan do Ilê Axé Oxumaré, que falou sobre a importância de celebrar o Odum Adotá. "Elas (as egbomis) são exemplos para todos nós, jovens do candomblé", frisou, explicando que a história de lutas do terreiro foi iniciada em 1875. A partir de 1988, passou a funcionar também a Associação Cultural e Religiosa São Salvador - Terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré, responsável pela realização de projetos sociais voltados para as comunidades da Vasco da Gama e Federação.
A mesa da sessão foi composta com as presenças, ainda, de Rosemberg Pinto, assessor especial da Petrobras; juíza Luislinda Valois; Almiro Sena, promotor do Ministério Público; Ailton Ferreira, secretário municipal da Reparação, que representou o prefeito João Henrique; Marlene Coelho, do Fórum de Religiões de Matriz Africana; Fabíola Mansur, vice-presidente do Instituto Sócrates Guanaes; Babá PC de Oxumaré, da Associação Cultural do Ilê Axé Oxumaré; e o deputado federal Emiliano José (PT). A Orquestra AfroSinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques, se apresentou no coquetel que encerrou o evento.
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