Política

PROFESSORES DE SALVADOR EM GREVE FICAM FRUSTRADOS COM ATITUDE CÂMARA

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| 01/03/2010 às 20:20
Professores pressionam vereadores pelo plano de saúde, mas sessão caiu
Foto: ASCOM
  (Por Marivaldo Filho)

  Os professores da rede municipal de ensino que compareceram à Câmara Municipal de Salvador na tarde de segunda-feira, 1º de março, ficaram frustrados com a não-realização da sessão ordinária, por falta de número suficiente de vereadores.

  Os educadores queriam reivindicar mais celeridade na votação do Projeto de Lei sob a forma de Mensagem 01/2010, enviada pelo Executivo Municipal, que institui plano de saúde para os servidores municipais com contrapartida.
 
  No momento da verificação de quórum, apenas sete vereadores estavam no plenário: Aladilce Souza (PCdoB), Giovanni Barreto (PT), Joceval Rodrigues (PPS), Marta Rodrigues (PT), Olívia Santana (PCdoB), Sidelvan Nóbrega (PRB) e Vânia Galvão (PT).

  Logo depois, também chegaram Gilmar Santiago e Moisés Rocha, ambos do PT, para prestar solidariedade ao movimento. Quando Sidelvan Nóbrega anunciou que, por falta de quórum, não seria realizada a sessão, os professores protestaram no Plenário Cosme de Farias.

  A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB- Sindicato), Elza Melo, lembrou que a luta pelo plano de saúde já vem de muito tempo. "Queremos saber quando vai ser votado o Projeto de Lei. A categoria veio à Câmara com o objetivo de conseguir um entendimento para ver esse projeto incluso na pauta do dia em regime de urgência-urgentíssima", afirmou a diretora do sindicato. Olívia Santana criticou a ausência da maioria dos vereadores numa sessão em que já havia sido divulgada a presença dos professores.
 
  "Na quarta-feira passada, anunciei que os educadores compareceriam à Câmara. É um desgaste desnecessário. A educação municipal não pode ficar parada e a Casa Legislativa alheia à esta situação. Isso é muito ruim", disse. O novo líder da bancada da oposição na Câmara Municipal, Gilmar Santiago, se comprometeu a levar as reivindicações da classe trabalhadora à Mesa Diretora para que o projeto de lei entre o mais rapidamente possível na pauta de votação.

  Nesta terça-feira, às 9 horas, será realizada mais uma assembléia, no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários, para discutir os rumos do movimento.
 
  BLOCO SUMIU
 
  A falta de quorum para instalar hoje (dia 01) a sessão ordinária da Câmara Municipal de Salvador, devido à ausência dos vereadores da bancada governista e do bloco independente, indica que o poder executivo interveio para tentar recuperar a unidade da maioria na Casa. A análise foi feita pelo vereador Gilmar Santiago (PT), líder da Oposição, durante intervalo da reunião que alguns vereadores oposicionistas mantiveram com professores, que lotaram as galerias da Câmara em defesa da imediata votação de projeto de lei do executivo que cria o Plano de Saúde dos Servidores Municipais.

"Esta semana veremos se o ardor oposicionista demonstrado semana passada pelo chamado "bloco independente" é realmente para valer", comentou o petista, refletindo sobre a ausência na sessão de todos os vereadores do bloco.


Na semana passada cinco vereadores da bancada governista anunciaram a criação do bloco independente. Todos subiram a tribuna da Casa e teceram críticas contundentes à atuação de diversos secretários municipais. Através da imprensa, inclusive, anunciaram a intenção de propor a criação de uma Comissão de Investigação para apurar a origem dos 22 projetos de intervenção urbana oferecidos à prefeitura por empresas privadas. Esperava-se que na sessão de hoje seriam coletadas as assinaturas dos vereadores solicitando a instalação da Comissão de Investigação.


Depois de lamentar a ausência dos governistas e "independentes", Gilmar Santiago lembrou também que hoje pela manhã estava agendada uma reunião do Colégio de Líderes para ajustar um calendário de votações dos projetos e outras iniciativas legislativas dos vereadores. A reunião foi suspensa pelo presidente Alan Sanches sob a alegação de que o líder do governo, Pedro Godinho, estava com problemas de saúde e teria solicitado o adiamento da reunião para amanhã (dia 2).