O Dia do Orgulho Gay será comemorado em todo o mundo em 28 de junho porque foi nesta data, em 1969, que um grupo de homossexuais enfrentou a polícia com protestos no bar nova-iorquino Stonewall, defendendo seus direitos. Aproveitando o amplo debate, a Comissão da Igualdade, presidida pelo deputado Bira Corôa (PT) e com participação ativa da petista Fátima Nunes, ouviu atentamente o relato sobre o preconceito de vários setores da comunidade, principalmente das autoridades policiais e da própria família dos gays.
Para os representantes dos movimentos gays será de grande importância a criação de uma frente parlamentar, composta por representantes da Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais, com apoio também da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos.
Somente no ano passado foram assassinados 190 gays em todo o país, sendo que na Bahia aconteceram 24 crimes, a maioria de jovens, e no Norte-Nordeste nosso estado perdeu apenas para Pernambuco, onde registraram-se 27 crimes. A preocupação aumenta a cada momento, pois até a abordagem dos policiais aos homossexuais é discriminatória.
RELIGIÃO
"Existe discriminação da polícia até em recolher informações sobre o assassinato de um gay. Nossa entidade comemora 30 anos de luta em janeiro e vamos realizar nossa parada gay em setembro, pois a cada ano a militância aumenta. As pessoas que assumem sua oritentação sexual sofrem com a homofobia, pois a Bahia é o estado que tem mais discriminação", afirmou Marcelo Cerqueira, presidente do GGB (Grupo Gay da Bahia).
A deputada Fátima Nunes, por sua vez, mostrou-se preocupada com a discriminação no próprio seio da família, pois tem encontrado pais e mães bastante contrariados e com muito preconceito contra os próprios filhos.
Laércio Sacramento, de religião de matriz africana, que dirige um centro em Jauá, lembrou que sua religião é a única com mais pessoas envolvidas nesse processo, pois aceita os seres humanos como eles são, independente de qual seja a orientação sexual.
O deputado Bira Corôa, depois de ouvir também o posicionamento do representante da Secretaria de Justiça, Danilo Bittencourt, enfatizou que o preconceiro sexual é mundial e não apenas da Bahia.
"O momento, após tratarmos desse assunto no âmbito da comissão pela segunda vez este ano, é de criarmos políticas para combater essa discriminação. O processo educacional será muito importante nessa missão. Precisamos da efetivação da frente parlamentar indicada e com apoio de todos os movimentos, além da proposição que faremos à Secretaria de Justiça para criação da Coordenadoria Estadual, com participação também de membros dos movimentos gays, além de núcleos em todas as principais cidades do interior e regiões da Bahia", concluiu Bira Corôa.