Política

AUDIÊNCIA PÚBLICA COM CONSELHEIRO PEDRO LINO QUASE TERMINA EM BARRACO

Regimentalmente nada vale
| 10/06/2009 às 13:43
Presidente da Comissão, Luiz Augusto, bate-boca com Gildásio Penedo, ao encerrar sessão
Foto: BJá
  O que deveria ser uma audiência pública com o conselheiro Pedro Lino nesta quarta-feira, 10, na Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa, requerimento aprovado a pedido do deputdo Gaban, quase termina em barraco. Como o conselheiro chegou atrasado e a base governista já presente em peso na sessão, o presidente Luiz Augusto, PP, esperou os 15 minutos regimentais, e às 10h19minutos, encerrou a sessão.

  Quando o conselheiro chegou acompanhado do deputado Gaban e outros deputados da oposição a sessão já havia sido encerrada. O líder do oposição, deputado Heraldo Rocha, DEM, que havia chegado às 10h13min e não encontrou uma cadeira para sentar-se (todas estavam ocupadas pelos deputados da base) protestou o quando pode, disse que os governistas "tinham medo", mas, de nada adiantou.

  O deputado Luiz Augusto, que adotara postura inflexível ao aprovar o requerimento do deputado Gaban, na última terça-feira, 9, usou a mesma imparcialidade, hoje, e disse que estava respeitando o regimento da Casa. Ainda bateu boca com Gildásio Penedo e mais não disse. Retirou-se dando por encerrada a sessão.

  O deputado Pedro Alcântara, PR, também desentendeu-se com Heraldo Rocha, mas, este acabou pedindo desculpas pelo tratamento ríspido que dera. Para o deputado Euclides Fernandes, a oposição cobra tanto prazos regimentais e quer fazer uma audiência pública na tora.

  REUNIÃO INFORMAL

  Ainda assim, apenas com a presença de deputados da oposição, fez-se uma reunião informal, presidida pelo deputado Paulo Azi, com o conselheiro Pedro Lino.

  O conselheiro comentou seu parecer prévio sobre as contas do governo e classificou de de "baratino" a iniciativa da secretaria estadual da Fazenda de anular R$ 250 mi em empenhos liquidados, um dos pontos principais do relatório em que recomendou a rejeição das contas do governo relativas ao exercício financeiro de 2008. 


  "Um baratino é quando alguém comete um crime, é pego pela Polícia e fica tentando justificar o erro com recursos para baratinar os policiais", disse, de forma irônica, explicando a expressão policial. Segundo Pedro Lino, tecnicamente não houve anulação de empenho. "Houve retirada fraudulenta de dados do sistema da Fazenda, crime passível de punição com pena de 12 anos".


  O conselheiro fez questão de esclarecer que não age com intenções políticas. "Aqui, fala o conselheiro, mas quando pode fala o cidadão", declarou, lamentando o fato de ter descoberto cerca de R$ 200 mi "entesourados" na administração, na virada do ano, do Fundo de Combate à Pobreza. "É lamentável. A gente vê a tentativa de banalização do crime. Frauda-se um sistema e se vê como algo natural", disse.