Pela proposta em tramitação no Congresso, Câmaras, como as de Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio de Janeiro, teriam cortes de até 40% nos seus orçamentos, passando de 5% para 3%. "Com a mobilização e com a sensibilidade dos senadores, entre eles o senador Jereissati, deveremos ter um corte de 0,5%, o que corresponde a uma redução de 10% no valor final do orçamento", disse, ao explicar que os recursos repassados pelo Executivo variam de acordo com a arrecadação tributária do município.
A PEC dos Vereadores está em discussão no Senado e estava prestes a ser votada pelo plenário. No entanto, com a apresentação da emenda do senador tucano, ela volta a ser analisada nos próximos dias pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
RESULTADOS POSITIVOS
De acordo com o vereador Alan Sanches, que esteve em Brasília na companhia do 3º secretário Orlando Palhinha (PSB), a pressão dos presidentes das Câmaras começou a dar resultados positivos. "Os senadores entenderam que, da forma como estava sendo proposta, a PEC iria inviabilizar os legislativos das capitais, enfraquecendo a atuação das Câmaras", enfatizou.
Até porque, disse Sanches, "as Câmaras das capitais são as caixas de ressonância dos problemas de diversos municípios dos seus estados".
Durante o encontro com os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Romeu Tuma (DEM-SP), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Valter Pereira (PMDB-MS) e a líder do governo na Casa, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), os presidentes das Câmaras falaram ainda da preocupação em resolver o problema institucional, que poderia afetar "e muito" a vida dos legislativos dessas capitais.
"O mais importante é que percebemos que há uma vontade dos senadores em resolver esse problema. No entanto, resta saber agora como o Supremo vai se comportar diante do aumento do número dos vereadores. Se isso já terá validade no próximo ano ou na próxima legislatura".
Além de Salvador, estiveram presentes os presidentes e integrantes das Mesas Diretoras das Câmaras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Teresina, Florianópolis, Curitiba, Rio Branco, Fortaleza e Aracaju.
Mobilização
No último dia 20, os presidentes das Câmaras de sete capitais se reuniram com o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB/AP) e outros seis senadores, em Brasília, para tratar sobre o assunto. Eles tentavam convencer os parlamentares sobre a necessidade de ampliar as discussões sobre a PEC que aumenta o número de vereadores, mas reduz redução do limite de gastos dos Legislativos municipais.
Durante as reuniões com os senadores José Sarney, Renan Calheiros (PMDB/AL), Sérgio Guerra (PSDB/PE), César Borges (PR/BA), Antonio Valadares (PSB/SE), Gim Argello (PTB/DF) e o relator da PEC, senador Valter Pereira (PMDB/MS), os presidentes das Câmaras mostraram os impactos negativos que a aprovação da matéria teria sobre os Legislativos das capitais, a exemplo da demissão de 35% do funcionalismo.